Dux blockchain games, a scholarship brasileira de Axie Infinity que pode se tornar uma das maiores do mundo
A empresa brasileira quer usar os jogos em NFT para gerar e distribuir renda através da blockchain.
Pela primeira vez na história do mercado cripto, um jogo de NFT atingiu US$ 1 bilhão em vendas. O jogo conhecido como Axie Infinity tem chamado muita atenção dentro e fora da comunidade das criptomoedas, devido às recompensas pega aos jogadores através do play-to-earn (jogue para ganhar).
O sucesso da Axie foi tão grande, que enquanto o Bitcoin perdia 50% do seu valor de maio a julho, os tokens nativos do Axie Infinity, o AXS e SLP subiram 1400% e 400% em suas ATH e continuam liderando a alta das altcoins. E com eles, tokens de outros jogos com propostas semelhantes explodiram. O illuvium por exemplo, subiu mais de 660% desde maio.
Além de atingir a marca de US$ 1 bilhão em vendas, o jogo também atingiu recentemente seu primeiro milhão de jogadores ativos diariamente. Apesar de uma parcela expressiva desses jogadores serem Filipinos, os brasileiros não ficaram para trás nesse movimento.
A Dux, holding brasileira focada no mercado cripto, conta atualmente com mais de 300 times (900 Axies e 300 jogadores) e está expandindo rapidamente sua operação, buscando se tornar uma das maiores fornecedoras de bolsas de estudo (scholarship) de Axies do mundo. Lucas Albino, head de operação da empresa, comenta a expansão.
‘‘Dentro dos últimos dois meses a dux gaming acelerou o processo de inserção de novos times, com intuito de maior impacto do Axie Infinity em nível Brasil. Visamos atingir 5.000 mil times em 6 meses.”
As scholarship são programas em que os proprietários dos Axies fornecem os NFTs para jogadores (cada jogador precisa de 3 Axie para batalhar) e recebem uma porcentagem dos ganhos do jogador em troca da bolsa. Devido aos custos dos Axies (atualmente os mais baratos estão entre US$ 300-350), as scholarship permitem que novos jogadores possam mergulhar no Metaverso dos Axies sem desembolsar grandes quantias.
O pódio dos gestores das scholars é atualmente da Yield Guild Games (YGG), uma guilda Filipina com 4.600 jogadores que arrecadou R$ 62 milhões em 31 segundos com a venda pública do seu novo token, o YGG tokens (YGG).
Em entrevista exclusiva com o Cointelegraph, a Dux conta sua experiência com o jogo, o resultado da aplicação de um questionário com os 100 primeiros integrantes e o potencial do jogo para o futuro.
A scholar Brasileira Dux
Luiz Octávio, CEO da Dux, que busca ser uma ponte segura entre o mercado tradicional e o mercado descentralizado das criptomoedas, conta que a motivação inicial da Dux para explorar as oportunidades do Axie Infinity foi a capacidade que o jogo tem de embarcar novas pessoas no mundo da descentralização.
‘‘Como gerar e distribuir renda através da blockchain. O interesse pelo Axie surgiu dessa abordagem, vemos o jogo como um vetor para acelerar esse objetivo. Gerar o máximo possível de impacto e embarcar o máximo possível de gente nesse novo mundo da descentralização. Vejo o mundo centralizado como um mundo que está prestes a ruir e quero tirar o máximo de gente possível dessa casa.”
Em pesquisa feita com os 100 integrantes iniciais e compartilhada com o Cointelegraph, a DUX identifica que 60% do time tem menos de 25 anos, e mais de 80% são solteiros(as) e não possuem filhos, com apenas 18% sendo casados(as) ou em relacionamento estável.
Além disso, a maior parte dos entrevistados trabalha regularmente, em empregos formais (34%), seguidos pelos trabalhadores eventuais ou irregulares (19%) e pelos trabalhadores regulares informais (13%), além dos 33% desempregados. A faixa salarial dos jogadores fica em torno de um salário mínimo (27%), seguida pela categoria que ganha até dois salários (16%), com um grande número de pessoas sem nenhuma forma de rendimento (27%) ou ganhando até meio salário (19%).
Por volta de 74% destas pessoas não possuíam uma carteira digital ou haviam acabado de criar uma pela primeira vez, há menos de um mês. 64% das pessoas relataram nunca ter feito nenhum tipo de investimento e mais de 70% nunca investiram em criptomoedas antes. Ainda assim, surpreendentemente, 99% das pessoas responderam que pretendem reinvestir parte dos seus rendimentos no mercado financeiro (sobretudo em cripto ativos). Todos os jogadores da Dux são brasileiros.
Comentando sobre os dados acima, Felipe Barros de Faria, researcher da DUX e responsável pela análise socioeconômica dos jogadores, destaca que ”perfil socioeconômico destas pessoas indica a entrada potencial de um grande contingente de pessoas no mercado de investimentos em criptomoedas, advindas de classes sociais e de parcelas da sociedade que até então não faziam parte deste mundo ou estavam distantes dele”.
Além disso, Faria comenta que a Dux tem trabalhado para diversificar o perfil dos jogadores, incluindo mais mulheres, pessoas de idades e diferentes níveis de escolaridade no time.