Drex pode favorecer investimentos em startups com projetos em blockchain, avalia especialista

Adoção da CBDC pode representar uma mensagem do Banco Central ao mercado em relação à segurança e eficácia da tecnologia disruptiva.

Dados de abril da Crunchbase, um marketplace que conecta investidores e startups, apontaram uma queda anual de 82% de investimentos de capital de risco (VC, na sigla em inglês) em projetos Web3, que, em boa parcela, estão associados à tecnologia blockchain. No Brasil, o VC recuou 30% em projetos de startups baseados na tecnologia disruptiva que suporta as criptomoedas, segundo um estudo da KPMG. No entanto, o Drex, a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), pode servir de catalisador para a reversão desse quadro.
Entre os otimistas dos efeitos positivos do “Real Digital” em startups desenvolvedoras de soluções em blockchaion está Thiago Iglesias, head de inovação do Torq, que surgiu como uma área da Sinqia, uma empresa brasileira que fornece soluções tecnológicas para o mercado financeiro. 
Em entrevista ao Valor, Iglesias sugeriu que a blockchain ainda representa um lugar ermo a investidores que se restringem a associar a tecnologia ao Bitcoin (BTC) e ao mercado de criptomoedas, sem se atentarem para as possibilidades de eficiência proporcionadas pela blockchain. Uma “indiferença” que, na avaliação do executivo, pode ganhar um novo rumo no país com a chegada do Drex. 
O que, segundo ele, pode favorecer o aporte de VC em projetos que não recebem apoio atualmente, além da abertura para a adoção da blockchain em segmentos como seguros e o agronegócio. 
Thiago Iglesias acrescentou que o Torq possui relações com a exchange brasileira Mercado Bitcoin (MB), a empresa focada a estrutura ao mercado financeiro Cerc e a Sinqia, que compõem junto com Mastercard e Banco Genial um dos consórcios aprovados pelo Banco Central para os primeiros testes do Drex
Ele acrescentou que esta semana o Torq fechou uma parceria como a Associação dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) relacionada ao Innovation Partners, programa voltado ao desenvolvimento de soluções digitais para o mercado financeiro.
Por sua vez, o Banco Central informou essa semana que os testes com o Drex estão atrasados e que a CBDC ainda não conta com garantias necessárias à privacidade, previstas na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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