Drex e regulamentação podem ajudar a atrair investimentos para o mercado de criptomoedas no Brasil, avalia CIO da Hashdex

Samir Kerbage argumenta que a postura amigável do país, frente à hostilidade dos EUA, coloca o Brasil em vantagem e já favorece a chegada de investimentos.

O avanço do Drex, a versão brasileira de moeda digital emitida por banco central (CBDC), e a definição das diretrizes regulamentadoras no país, que deve acontecer no primeiro semestre de 2024, colocam o Brasil na vanguarda global do avanço do mercado  de criptomoedas. Esta é a avaliação do CIO da gestora brasileira de investimentos em criptomoedas Hashdex, Samir Kerbage.
Ao Valor, o executivo disse que os órgãos regulamentadores brasileiros têm se mostrado mais amigáveis em relação à instituições dos EUA, o que pode ser percebido pela aprovação de diversas normas e leis no Brasil ao longo do último ano. Entre elas o entendimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em relação ao enquadramento dos tokens de recebíveis ou de renda fixa (TR) e a definição do Banco Central como autoridade regulamentadora no país, ressalvada a seara de atuação da CVM. 
Na avaliação de Kerbage, o posicionamento de Gary Gensler, presidente da SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA, é agressiva quando se trata de produtos vinculados às criptomoedas, o que tem se revertido em diversos processos contra empresas da indústria cripto, acusadas de ofertarem ativos mobiliários sem registro
Segundo ele, o terreno árido dos EUA para com as criptomoedas também pode ser percebido pela chegada de capital de risco ao Brasil em decorrência do desenvolvimento da tecnologia no país, onde as normas se mostram com mais clareza e menos hostilidade. O que pode ajudar o país a ficar na dianteira dos países ricos, o que, segundo ele, conta ainda com a atenção brasileira para o começo da redução das taxas de juros.
No caso do Drex, Kerbage ressalta a possibilidade de eficiência ao setor financeiro, em especial o setor de pagamentos pela redução de dependência dos cartões de crédito e os intermediários, o que também favorece a redução de cobrança de taxas, 5% por transação, em média. 
Além disso, para o executivo, o avanço da CBDC brasileira também se relaciona com avanço do setor de liquidações internacionais, transações digitais e o mercado de capitais, já que a tecnologia blockchain possibilita operações 24 horas por dia e não depende do horário comercial. 
Na esteira do otimismo também está Thiago Iglesias, head de inovação da startup Torq, que aponta para o crescimento de aportes de capital de risco no setor em função do avanço do Drex, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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