Dólar Bate R$ 5,75 após Demissão de Moro, Situação Política Pode Complicar Ainda Mais a Economia

A expectativa do anúncio da exoneração do diretor geral da Polícia Federal e a possível saída do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, fez o dólar bater recordes na tarde de ontem. Porém, com o aumento das tensões políticas e a confirmação da exoneração, a moeda está operando novamente em alta nesta sexta-feira (24), renovando máximas históricas de cotação nominal (ou seja, sem considerar a inflação).

No momento em que esse texto está sendo escrito o dólar está sendo negociado a R$ 5,75. Na véspera, o dólar encerrou o dia em alta de 2,21%, sendo comercializado a R$ 5,52. Só no mês de abril a moeda acumulou uma alta de 6,40%, e se levarmos em consideração o ano de 2020, por enquanto, a valorização é de 37,87%.

Em meio dessa disparada do dólar, o Banco Central anunciou leilões de linha de dólar e de contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos em ambos os instrumentos, a oferta total será de US $ 3,5 bilhões.

Tensão Política

A publicação no Diário Oficial desta sexta-feira (24) da exoneração do delegado Maurício Valeixo, até então diretor geral da Polícia Federal, pegou o ministro da justiça de surpresa. Desde ontem, quando os boatos da exoneração começaram, Sérgio Moro já havia se mostrado contrário quanto a essa exoneração.

Um suposto pedido de demissão do ministro da justiça causou um furor no mercado financeiro e, a situação, que já não era boa, ficou pior. O mercado reagiu negativamente por entender que o movimento indica mais tensões políticas dentro do governo, já que Moro é um dos ministros mais bem avaliados pela população.

Em seu pronunciamento, que está sendo realizado agora, Moro indicou que a exoneração e substituição do diretor geral da Polícia Federal não possui uma justificativa e que seria um ato político. E que isso iria abalar ainda mais a credibilidade do governo, principalmente nesse momento, em que estamos enfrentando a crise causada pela pandemia do coronavírus.

Queda na Atividade Econômica

Em pesquisas realizadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a confiança da indústria brasileira deve registrar uma queda histórica em abril. A sondagem realizada pela FGV mostrou que o setor vai recuar de 39,5 pontos para 58 pontos. E, se isso se confirmar, essa será a maior queda mensal da história desse indicador.

Além disso, o mercado passou a estimar uma retração de 2,9% do PIB em 2020, vários bancos e consultorias avaliaram que o país corre o risco de enfrentar uma nova recessão. Porém, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu uma queda de 5,3% no PIB do Brasil neste ano.

Na manhã dessa sexta-feira, o Ibovespa acelerou as perdas, chegando a cair mais de 7% após o Sérgio Moro anunciar que iria fazer um pronunciamento.

Carlos Menezes, gestor de portfólio da Gauss Capital, disse que a saída de Moro irá aumentar a chance de, se ocorrer um novo estresse, o ministro da economia Paulo Guedes, também poderá sair do governo.

Ainda segundo Menezes, a saída de Moro irá piorar a popularidade de Bolsonaro e, provavelmente, irá afetar todas as reformas propostas pelo governo. O presidente deixa claro que ele acaba não preservando os ministros base, que são o Moro e Paulo Guedes.

Cabe agora acompanhar como o mercado vai reagir à demissão de Sérgio Moro e esperar as novas atuações do Banco Central para tentar contornar esta situação.

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