Dois grupos de hackers são responsáveis pela maioria dos roubos a criptomoedas: Estudo

Um relatório sobre roubos de criptomoedas divulgado pela Chainalysis nesta segunda-feira (29) revelou que são apenas dois os grupos de cibercriminosos envolvidos na maioria dos ataques hacker a exchanges e que esse tipo de crime está cada vez mais sofisticado.

Segundo a empresa de pesquisa, esses dois grupos são responsáveis por 60% de todos os roubos que se tornaram públicos, o que lhes rendeu cerca de U$S 1 bilhão.

A média do montante roubado em cada ação criminosa é de US$ 90 milhões. Esses fundos são transferidos em um esquema complexo e bem elaborado pelos hackers que os distribui em várias exchanges e carteiras de criptomoedas, diz o relatório.

Para dar mais facilidade no entendimento dos casos, a empresa nomeou os dois “proeminentes e profissionais” grupos em Alpha e Beta.

O grupo Alpha recebeu a seguinte descrição: organização gigante e muito bem controlada cujo foco não é só dinheiro, mas sim bater metas.

Esse grupo movimenta rapidamente um número extremamente alto de fundos roubados logo após os atos. Apenas uma ação envolveu 15.000 transferências, diz o relatório. A conversão em fiat é realizada num período de aproximadamente 30 dias.

Já o outro grupo, Beta, que foi exposto no relatório como uma organização menor, menos ordenada e absolutamente focada no dinheiro, leva de 6 a 18 meses para trocar os criptoativos em dinheiro, segundo a análise.

No entanto, quando decide sacar os fundos, o grupo o faz sem medo e retira 50% ou mais em poucos dias. O relatório apontou que em apenas um saque a retirada foi de cerca de US$ 32 milhões.

Roubo ao Ethereum aumentou

O relatório também estudou quais criptomoedas são os maiores alvos de fraudes e descobriu que roubos ao ethereum aumentaram em 2018, mas, em valor, não superou o ano anterior. Em 2017 foram roubados US$ 17 milhões em ETH. Já no ano passado esse número chegou a US$ 36 milhões.

Atividade na deepweb quase dobrou em 2018

De acordo com o Chainalysis, os malfeitores dobraram suas ações na deep web durante o ano passado, quando o mundo viu o bitcoin despencar sem parar chegando a desvalorizar 80% em relação à sua máxima de dezembro de 2017.

A empresa sugere que os crimes de criptomoedas estão evoluindo para se tornarem crimes comuns, ou seja, ela  acredita que em 2019 esse tipo de crime será mais assimilado a crimes tradicionais, como foi comentado no seguinte trecho:

“O crime de criptomoedas está evoluindo para se tornar parte do crime tradicional e achamos que essa tendência continuará em 2019. Os participantes do mercado de criptomoedas precisarão de tecnologia de ponta e análise investigativa para revidar”.


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