‘DEX vão superar exchanges centralizadas e no futuro Binance pode se tornar o Google da Web3’, diz CZ

Para o CEO da maior exchange de criptomoedas do mundo, exchanges descentralizadas devem superar suas contrapartes centralizadas entre cinco e dez anos.

O CEO da maior exchange de criptomoedas do mundo, Changpeng Zhao, acredita que dentro de cinco a dez anos a Binance será superada por protocolos descentralizados de negociação de criptoativos. Exchanges centralizadas como a Binance ainda terão espaço no mercado, mas as finanças descentralizadas (DeFi) acabarão tomando a dianteira, assumindo a maior parte do volume de criptomoedas negociados diariamente.

Caso isso venha de fato a ocorrer, não será o fim do seu negócio. CZ visualiza a Binance como o Google da Web3, fornecendo a infraestrutura e as ferramentas para que os protocolos da internet descentralizada possam oferecer seus produtos e serviços.

Ambas as declarações foram dadas durante uma entrevista à Bankless transmitida ao vivo no Youtube na manhã desta sexta-feira, 1º de julho. Embora focada nos planos de CZ e da Binance para encarar o rigoroso inverno cripto de 2022, as previsões para o futuro de um dos empresários mais bem sucedidos da indústria acabaram assumindo o primeiro plano da converação.

Com a experiência de quem liderou o crescimento da Binance durante o ciclo de baixa de 2018 e 2019, CZ afirmou que no curto prazo a incerteza e a volatilidade deverão prevalecer. O mercado tanto pode se recuperar inesperadamente ou cair ainda mais, mas o foco dos investidores deve estar no longo prazo:

“No horizonte de longo prazo, a indústria está aqui para ficar. Há mais aplicativos sendo desenvolvidos, há mais pessoas envolvidas com a indústria, a indústria vai ficar cada vez maior em horizontes de cinco, dez ou vinte anos.”

crash do mercado que derrubou o preço do Bitcoin (BTC) em 37,3% em junho e 57% desde o começo do ano configura-se como uma ótima oportunidade de “comprar barato”, disse o CEO da Binance. CZ inclusive fez referências elogiosas ao CEO da MicroStrategy e maximalista do Bitcoin, Michael Saylor, e ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, por terem comprado a última queda do BTC, a um preço médio de US$ 19.000.

Os traders que conseguirem atravessar o atual ciclo de baixa acumulando Satoshis terão muito mais retornos quando houver uma reversão de tendência em direção a novas máximas, completou.

CZ disse que provavelmente o atual inverno cripto é parte do tradicional ciclo de 4 anos estruturado em torno do halving – o evento programado pelo código do Bitcoin em que a emissão de novas moedas via mineração é subtraída pela metade.

Assim, não se deve descartar a possibilidade de que o preço das criptomoedas siga oscilando em torno dos baixos níveis atuais, entre 70% e 90% abaixo de suas máximas históricas. Por outro lado, o aumento da inflação pode provocar um aumento do interesse das pessoas pelas criptomoedas, acredita o empresário.

Em um recado direto aos executivos do setor, CZ sugeriu que as empresas mantenham pelo menos 10 anos de caixa para enfrentar a queda do mercado. Diversas empresas centralizadas vêm enfrentando graves crises de liquidez e insolvência por conta de suas exposições ao fracassado projeto Terra Classic (LUNC) e também por terem concedido empréstimos ao fundo de capital de risco Three Arrows Capital, cuja liquidação foi determinada pela Justiça das Ilhas Virgens Britânicas.

CZ garantiu que a Binance também possui reservas suficientes para atravessar o atual ciclo de baixa, independentemente de sua intensidade e duração.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, CZ negou que tenha perdido US$ 75 bilhões por causa da desvalorização do mercado de criptomoedas, ao contrário do que foi divulgado pela Bloomberg Billionaires Index.

“Na verdade, não tenho ideia de como eles chegaram a esses números. Você precisa entender que o patrimônio líquido são apenas estimativas. Quando olho para minha carteira, não tenho nada perto de nenhum desses números”, afirmou.

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