CVM analisa se trader usou avó que hoje tem quase 100 anos para praticar suposta fraude
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) julga nesta terça-feira (22) dois casos envolvendo supostas irregularidades no mercado financeiro nacional.
Em um deles, traders são acusados pela autarquia de front running. A prática ilegal consiste na obtenção de informações antecipadas para realizar operações. Um dos envolvidos, de acordo com o órgão, é suspeito de ter usado a avó, que hoje tem quase 100 anos, para aplicar a suposta fraude.
O outro caso envolve o ex-diretor de carteiras de investimentos da antiga gestora Amplio Capital Ltda. Conforme o processo, a CVM avalia se o profissional seria responsável por perder em um dia cerca de R$ 1,7 milhão dos fundos geridos pela empresa.
Day trader pode ter usado avó para lucrar de forma indevida
No caso da prática de front running, a CVM investiga os traders Luiz Gustavo Mori, Bruno Guisard Camargo da Silva e Rafael Spinardi Marques, bem como a empresa Catarsis Investimentos Participações.
De acordo com a acusação da autarquia, eles teriam realizado 340 operações de day trader e lucrado – de forma ilegal – cerca de R$ 404 mil entre 2012 e 2013.
As operações eram feitas por meio da XP Investimentos e do banco Itaú. As contas nessas empresas, conforme a denúncia da autarquia, pertenciam à avó de Mori, identificada como M.H. Na época, ela tinha 92 anos. Hoje, tem quase 100.
Parte das operações supostamente realizadas pela avó tinham como contrapartida clientes da Credit Suisse, corretora na qual Mori atuava como operador na época da suposta prática ilegal. A CVM suspeita que a conta da avó era administrava pelo próprio neto.
A autarquia abriu processo administrativo para investigar o caso após analisar operações da senhora na Bolsa de Valores.
CVM apura se diretor de antiga gestora pode ser responsabilizado por perder R$ 1,7 mi
O segundo processo que será julgado pela CVM apura se a antiga gestora Amplio Capital Ltda descumpriu com as regras do fundo que administrativa e faltou com seu “dever de lealdade para com os cotistas”, conforme diz o processo.
De acordo com a CVM, a corretora usou “estratégias envolvendo derivativos para operações de day trade que não visavam a proteção da carteira do fundo (hedge)”.
As falhas, de acordo com o órgão, teriam gerado 77% de perdas de um fundo de R$ 2,2 milhões administrado pela gestora – em apenas um dia. Em valores, isso dá cerca de R$ 1,7 milhão.
Como a gestora deixou de atuar no mercado de capitais e não tem mais CNPJ, a autarquia decide se o ex-diretor responsável pela carteiras de investimentos da empresa – Sandro Vieira Coloma – pode ser responsabilizado.
Os dois casos serão julgados nesta terça-feira (22), às 15h.
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