Criptomoedas devem se desprender do mercado tradicional e trazer oportunidades, aposta CEO da Hashdex
Marcelo Sampaio disse que o mercado cripto é incipiente, cíclico, correlacionado aos ativos de risco, e que fuga de investidores se deve à falta de costume com o setor.
Correlacionado aos investimentos de risco e impactado pelos efeitos do esfriamento da economia global, o incipiente e cíclico mercado de criptomoedas, apesar da fuga de investidores ainda não familiarizados, é um mercado emergente e “representa oportunidade.” A avaliação foi feita pelo CEO da gestora brasileira Hashdex, Marcelo Sampaio, em entrevista veiculada pela Exame.
O executivo lembrou outros momentos marcados pela queda de liquidez na economia global, como a crise da dívida pública na Grécia, o Brexit e a pandemia de Covid-19, e frisou que o mercado cripto é “cíclico”, com expansões e contrações.
Ao comparar o mercado de criptomoedas com a internet, ele frisou o crescimento da adoção e a consolidação da tecnologia, além da “regulamentação mais clara”, apesar do mercado de baixa que, segundo ele, é agravado pela saída dos investidores que entraram no mercado cripto nos últimos momentos de expansão, no final de 2021.
“A adoção veio do mercado financeiro tradicional. As pessoas ainda estão aprendendo, girando posições, e têm uma memória forte do comportamento do mercado cripto como ativo de risco, pensando menos no fundamento”, explicou.
Sampaio ressaltou a forte correlação entre as criptomoedas e os ativos de risco, mas lembrou que, em algum momento, ela será quebrada e o mercado cripto seguirá suas particularidades específicas, como, por exemplo, o surgimento de grandes aplicações que solucionem problemas da sociedade e que gerem percepção de valor. Ao qualificar como tradicional a queda de engajamento e ânimo dos investidores durante o mercado de baixa, ele demonstrou otimismo ao dizer que:
“O mercado de criptomoedas ainda é emergente, o que representa oportunidade.”
Marcelo Sampaio também comparou o cenário do Brasil, onde a Hashdex responde por 77% dos Exchange Trades Funds (ETFs) listados na Bolsa de Valores, a B3, com os Estados Unidos, onde a gestora brasileira desembarcou recentemente com o lançamento de um ETF de futuros em Bitcoin (BTC).
“A sensação que dá, como agente de mercado, é que os EUA não estão com pressa, estão fazendo as coisas com calma, talvez querem deixar o mercado se desenvolver para ter mais dados.”
Ele finalizou dizendo que o foco da expansão internacional da Hashdex se concentra na Europa por meio do aumento da grade de produtos, já que o Velho Continente também se mostra mais aberto aos criptoativos.
“A ideia é explicar aos investidores a tese, proposta de valor, desbloquear canais, explicar porque vale a pena investir em cripto. É algo animador, porque tem muita abertura lá também”, concluiu.
No final de agosto, a Hashdex recebeu permissão para lançar produtos de investimento em criptomoedas na União Europeia, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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