Criptomoedas ajudaram a inflar rombo das contas externas do Brasil, diz BC

A importação de bitcoin e criptomoedas, bateu recorde histórico em 2021 e passou de US$ 6 bilhões, ajudando a inflar o rombo das contas externas do Brasil, segundo dados divulgados pelo Banco Central, que computa os criptoativos nos cálculos da balança comercial do país.

Embora o BC não tenha revelado qual o método que usa para determinar o que a instituição entende por ‘importação de criptomoedas’ o regulador declarou que sua conta é baseada na “mudança de propriedade de um não residente (vendedor) para um residente (comprador)”.

“Não há registros aduaneiros para criptomoedas, não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança comercial do balanço de pagamentos, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, informou o BC ao G1.

Desde agosto de 2019, o BC passou a incluir a negociação das criptomoedas por brasileiros nas estatísticas sobre a balança comercial do país atendendo a recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI recomendou ao Brasil e demais países classificar a compra e venda de criptoativos (especificamente aqueles para os quais não há emissor) como ativos não-financeiros produzidos, o que implica sua compilação na conta de bens do balanço de pagamentos.

Criptomoedas

Porém não é só a negociação de criptomoedas que entra no balanço comercial nacional, a atividade de mineração também é considerada “um processo produtivo”, seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics” e, portanto, integra a balança comercial.

Desta forma, segundo o BC, as compras crescentes de criptomoedas têm afetado as projeções de importações e, de acordo com o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, a compra de criptoativos chegou a US$ 4 bilhões nas importações até agosto.

Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o uso das criptomoedas no Brasil cresceu muito como veículo de investimento.

“Mas lembrando que uma moeda tem uma função de meio de pagamento. Quando a gente olha o que tem acontecido com as criptomoedas em termos de meio de pagamento tem crescido bem menos, bem pouco. Então o crescimento é basicamente atrelado a esse desejo de ter moeda como um investimento”, disse.

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