Criador da Minerworld processa ex-investidores por difamação nas redes sociais
Pelo menos sete ações criminais registradas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) são do diretor da Minerworld Cícero Saad Cruz contra ex-investidores da empresa. Ele e os sócios são investigados por suposta prática de pirâmide financeira.
De acordo com o Midiamax, Saad acusa alguns de seus ex-clientes de ofensas contra ele e sua esposa, Yslanda Maria Alves Barros, em chats nas redes sociais e em grupos do WhatsApp.
Casamento de luxo foi motivação
A Minerworld pode ter lesado mais de 50 mil clientes com o não cumprimento de pagamentos referente a mineração de bitcoin. Portanto, Saad é muito conhecido.
Em abril deste ano, uma cópia do convite para a cerimônia de casamento entre Saad e Yslanda, prevista para o dia 22 de junho, começou a circular na internet.
A imagem, então, revelou que o casal faria a comemoração em um espaço VIP em Indianápolis, um dos bairros mais nobres da cidade de São Paulo.
E foi por meio dessas informações que muitos ex-investidores começaram a bombardear o casal.
Na primeira audiência sobre o caso, em janeiro deste ano, Saad declarou à Justiça que possuía como patrimônio apenas uma motocicleta de R$ 4 mil.
Talvez seja esse o motivo de eles terem levantado o questionamento sobre de onde surgiu dinheiro para custear o evento. Saad, então, resolveu processar sete deles por injúria e calúnia.
Os processos deram entradas no TJMS entre nos dias 06 e 19 de junho.
Segundo a reportagem, o trecho de uma das petições, assinada pelo advogado Luiz Marlan Nunes, descreve o seguinte:
“O interpelado publicou e replicou através do aplicativo WhatsApp em seu grupo, manifestações que podem configurar crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), cujas penas somadas superam 2 anos, daí a competência da Justiça comum estadual, conforme se vê dos documentos anexados logo abaixo”.
Trechos da peças publicados pelo site revelam que as prints selecionadas podem servir de base para a defesa argumentar que os ex-investidores tinham mesmo a intenção de atrapalhar a cerimônia.
Num dos prints, um dos interpelados escreveu: “Cadeia neste bandido, obrigar a devolver tudo que ludibriou”.
Sobre a atitude, a defesa argumenta:
“Ao se utilizar da expressão ‘Cadeia neste bandido, obrigar a devolver tudo que ludibriou’, o interpelado se referia ao interpelante? Se sim, tem notícia o interpelado de qualquer condenação do interpelante para qualificá-lo como ‘bandido’ ou pessoa que ludibria outras? Sendo assim, busca-se a interpelação criminal do referido cidadão”.
Causa da Minerworld
Em uma outra ação, consta que um dos acusados de difamação repliclou o link de um site onde se encontrava a lista de casamento do casal e passou a promover, segundo a defesa, “mentiras e leviandades”.
Os autos dizem que isso foi “uma campanha contra a honra do interpelante (…) quiçá com o objetivo risível de induzir inclusive outras pessoas a buscar formas de agressão física e moral contra o interpelante”.
O valor de uma das causas é de R$ 1 mil mais retratação do acusado, sob penas previstas nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal, além de outras responsabilizações, escreveu o site.
Passaporte devolvido
No mês passado, faltando um pouco mais de uma semana para seu casamento, Cícero Saad, teve seu passaporte liberado pela Justiça de Campo Grande (MS).
A defesa havia alegado que a apreensão do documento não constava no mandado expedido pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, onde corre a ação.
Além disso, o requerimento, assinado pelo advogado Rafael Echeverria Lopes, alegava que a posse do passaporte, mesmo que por ordem judicial, seria considerada ilegal.
Após a apreciação, Gomes Filho decidiu que Saad tinha o direito a reaver seu passaporte. O documento havia sido recolhido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão da Operação Lucro Fácil, em abril de 2018.
O esquema Minerworld
A empresas investigadas, BitOfertas, Bitpago MinerWorld, se apresentavam como plataformas de criptomoedas focadas no comércio de produtos usando o bitcoin como meio de pagamento e prometiam lucros exorbitantes em cima da criptomoeda.
Em 17 de abril do ano passado, as três empresas foram alvos do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Os agentes deflagram, então, operações nas cidades de Campo Grande (MS) e São Paulo, cumprindo mandados de busca e apreensão em suas sedes.
Segundo a polícia, o esquema tinha como seus principais dirigentes Cícero Saad, Hércules Gobbi e Johnnes Carvalho, que recrutavam pessoas para fazer parte do grupo que, segundo eles, era uma mineradora de bitcoin.
A Minerworld, que no final de 2017 já recebia várias reclamações sobre pagamentos não realizados (dos lucros prometidos na pirâmide) anunciou, então, o roubo de 851 bitcoins que a empresa sofreu na Poloniex.
A exchange, que tem sede em Delaware (EUA), não se manifestou sobre o caso e tudo passou a ser investigado como suposta formação fraudulenta de pirâmide financeira.
A operação, chamada ‘Lucro Fácil’, foi solicitada pelo MPMS após uma ação cível pública proposta pela 43ª Promotoria de Justiça.
A instituição é responsável pelas atividades de proteção e defesa dos interesses coletivos e individuais do consumidor.
O início das investigações deu-se depois da denúncia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que verificou o público lesado e pediu providências.
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