Cresce o interesse de bancos centrais por moedas digitais, revela pesquisa
Apesar de manter distância do Bitcoin, os bancos centrais de grandes nações demonstram um interesse cada vez maior em emitir suas próprias moedas digitais privadas. O dado faz parte da mais recente pesquisa divulgada pela IBM.
O estudo, feito em parceria com a OMFIF, constatou que os bancos centrais estão cada vez mais inclinados ao conceito de Moeda Digital do Banco Central (CBDCs). No entanto ainda há divergências sobre o modelo a ser adotado: varejo ou atacado.
Segundo o relatório, uma CBDC de varejo poderia proporcionar a todos o direito de manter a versão monetária digital da moeda fiduciária. Enquanto que uma CBDC de atacado limitaria a oferta às instituições financeiras para liquidação interbancária.
“Nenhum grande banco pretende implementar uma CBDC de varejo no curto prazo. Porém, o debate sobre uma CBDC para as massas passou de especulações de viabilidade para considerações práticas”, destacou o estudo.
Blockchain no escanteio
A pesquisa levou em conta os desafios regulatórios e riscos políticos que um banco central enfrentaria ao testar uma CBDC, além de acompanhar a resposta de um total de 21 bancos centrais espalhados pelo mundo — como o Banco Central do Brasil, o Banco de Reserva da África do Sul, O Deutsche Bundesbank, o Banco Central Europeu e o Banco da Finlândia.
69% das instituições financeiras admitiram problemas com a infra-estrutura transfronteiriça; 54% acredita que a CBDC poderia melhorar a velocidades, custos e resiliência dos pagamentos transfronteiriços; e 38% deles revelaram já estar pesquisando uma solução de CBDC.
A pesquisa ainda descobriu outro dado interessante: um crescente desinteresse dos bancos centrais em utilizar a tecnologia blockchain com base para suas CBDC.
Isso porque 61%, do total de 21 bancos centrais, não encontrou argumentos suficientes para privilegiar a tecnologia distribuída, principalmente por ser uma ferramenta recente.
Eles citaram alguns experimentos realizado com blockchain, que oferecerem apenas alguns ganhos de eficiência. Dessa forma, a maioria respondeu que a tecnologia não seria necessária para a emissão de uma CBDC.
Ao mesmo tempo, a pesquisa revelou a disposição dos Bancos Centrais em trabalhar com o setor privado para construir soluções CBDC, com 50% votando a favor.
O argumento é que seria essencial envolver as partes interessadas desde o início, em vez de impor novas tecnologias aos participantes.
Modelo adotado
O relatório discutiu se uma CBDC poderia ser apoiada por uma única moeda soberana ou por um conjunto de ativos de reserva.
As respostas do estudo indicaram um token digital indexado por um banco central como medida mais provável, o que não teria implicações significativas nas políticas monetárias.
Para eles, um token digital lançado como um ativo de reserva representaria aplicações limitadas na elaboração de políticas como um todo.
Por outro lado, se a CBDC for escalonada para se tornar um ativo de reserva global, então ela tornará mais complexa as implicações regulatórias e geopolíticas.
“As câmaras de compensação bancaria e os sistemas de pagamentos existentes teriam que se adaptar a sistemas novos e mais eficientes, ou se ver desintermediados dos processo de pagamentos e liquidação no longo prazo”, destacou o documento.
Fonte: CCN
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