Corretora brasileira vai lançar exchange descentralizada onde o bitcoin fica sempre com o cliente

A corretora de bitcoin Walltime lançou na quarta-feira (01) o white paper da ‘Walltime Zero’, uma plataforma de negociação descentralizada de ativos sem custódia de bitcoin.

Segundo a empresa, que está há quatro anos atuando no mercado brasileiro de criptomoedas, o novo produto visa acabar com a insegurança na custódia de ativos, o que ela chamou de “risco de criptocustódia”.

“A ideia é descentralizar uma parte da operação, que é a parte da criptomoeda”, disse Felipe L. ao Portal do Bitcoin nesta quinta-feira (02). A outra parte, que não será descentralizada, é a custódia de Reais, que será necessária para garantir a transação.

Bitcoin sempre na mão do cliente

De acordo com o documento, por meio da Walltime Zero, o cliente vai receber sua criptomoeda diretamente do vendedor na sua carteira. “Como realmente deveria ser”, diz a empresa no site.

“Walltime Zero se define por uma ‘observadora de Blockchain’ que valida transações públicas e realiza determinadas ações caso essa transação tenha ocorrido de fato”, diz um trecho do white paper.

Conforme detalha o documento, a nova plataforma está baseada num conceito chamado ‘Oráculo de saída’ e não vai passar por ela os ativos.

Desta forma, pode ser eliminada a necessidade de reportar à Receita Federal a entrada e saída de criptoativos, conforme determina a Instrução Normativa 1.888/2019.

No entanto, como a norma da Receita é bastante abrangente, a empresa diz que está analisando com cuidado.

“É uma questão de interpretação”, disse Felipe, sobre se terá que reportar ou não as transações de bitcoin.

Isso, segundo ele, é porque a Receita diz que se há uma facilitação para prover compra e venda deve ser reportada ao órgão, explicou.

Corretora de bitcoin Walltime

De acordo com Felipe, a equipe já está trabalhando no novo produto e pode lançar já nos próximos meses.

No entanto, pode ser que demore mais que o planejado, mas intenção é oferecer o serviço até final deste o ano ou no início de 2021.

Felipe acredita que além de resolver o ‘problema’ da custódia, o produto resolve também o da centralização do bitcoin por exchanges, que podem guardar milhares de bitcoins numa hot wallet.

“Se uma exchange começa a guardar muito bitcoin, se ela estiver insolvente, tiver menos bitcoin reais do que está falando que tem, o mercado pode achar que tem mais bitcoin do que realmente existe. Isso pode em curto prazo afetar o preço do bitcoin”, explicou à reportagem.

Outro ponto sobre a Walltime Zero, é que a direção também planeja ampliar o produto. “Expandir o serviço para um oráculo genérico para smart contracts, integrando ações do mundo real ao mundo digital de contratos automáticos”, concluiu.


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