Enquanto exchanges de Bitcoin crescem na crise Casas de Câmbio estão a beira da falência

Corretoras de Câmbio vêem demanda pela procura de dólares cair mais de 95% enquanto exchanges de Bitcoin no Brasil registram alta de até 500% no volume de novas negociações

Enquanto exchanges de Bitcoin e criptomoedas no Brasil registram mais de 200% de aumento em seu volume de negociação em meio ao avanço da crise do coronavírus, as Casas de Câmbio que operam com a compra e venda de moedas fiduciárias estão a beira da falência, segundo comunicado da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam).

De acordo com a entidade as corretoras de câmbio atravessam a maior crise de sua história, com fronteiras fechadas, aeroportos vazios e quarentena em todo o país, fatos que praticamente ‘zeraram’ a demanda por comércio de moedas nacionais nestas empresa e, para piorar, segundo a Abracam, o avanço da crise no Brasil e em todo o mundo, elimina qualquer perspectiva de um retorno das atividades e normalização das viagens.

A entidade destaca que a negociação do dólar turismo caiu mais de 95% do início da crise até agora, “O segmento não aguenta mais 15 dias parado”, afirmou Kelly Massaro, presidente executiva da Abracam. Massaro afirma ainda que há outro agravante, as corretoras de câmbio não tem acesso a empréstimos, “Por mais que o governo libere empréstimos, o Banco Central veta as corretoras de deter crédito de instituições financeiras.”

Já as exchanges de Bitcoin no Brasil estão ‘nadando de braçada’ na crise. No mesmo período citado pela Abracam, plataformas com atuação no Brasil como a Ripio, declararam um aumento de 270% de novos usuários na plataforma em março, em comparação com fevereiro, já no volume de negociação foi registrado um crescimento de 190%.

O mesmo aconteceu no Mercado Bitcoin, a principal exchange do Brasil, segundo dados do Cointrademonitor que chegou a registrar um pico de até 500% a mais de negociação do que a média registrada antes do coronavírus. Em termos de usuários, o MB declarou que também viu um aumento em novos cadastros que já passaram de 1.8 milhão.

A Novadax, que é chinesa mas também atua no Brasil, também viu crescimento de 190% nos aportes nos últimos 15 dias, assim como a BitcoinTrade que registrou aumento de 30% na base de usuários.

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