‘Correção não é motivo de preocupação: alta de ações dos EUA pode impulsionar Bitcoin a novas máximas’, diz analista

Correlação com o mercado acionário dos EUA foi uma das principais responsáveis pelo inverno cripto de 2022. Agora, no entanto, chegou a hora de o Bitcoin se beneficiar de uma potencial alta do S&P 500, sugere analista.

Após consolidar o melhor fechamento mensal desde outubro de 2021 no domingo, o Bitcoin (BTC) abriu o mês de agosto em queda. Na verdade, a maior criptomoeda do mercado vem operando no vermelho desde o final de semana.

No entanto, de acordo com o analista Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, trata-se de uma correção natural e saudável antes que o preço do BTC possa voltar a subir rumo a novas máximas locais.

Em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, Consimo apontou a reação positiva dos mercados à manifestação do presidente do Banco Central dos EUA (Fed) de que novos aumentos de taxas de juros serão avaliados “reunião a reunião” e as previsões de uma possível alta prolongada das ações, como dois vetores capazes de impulsionar o preço do BTC à região dos US$ 30.000:

“Tudo indica que o Bitcoin deve buscar a região de U$28.000 a U$33.000 nas próximas semanas, graças à reação do mercado aos anúncios recentes do FED e à formação altista que o S&P 500 está fazendo.”

Uma correção até o suporte da média móvel de 200 semanas – região destacada no segundo retângulo rosa no gráfico abaixo – não deve ser vista com preocupação pelos traders, mas sim como oportunidade. Desde que as mínimas se mantenham cada vez mais altas, pode ser uma ótima zona de acumulação a partir de agora, sugere o analista.

Gráfico diário BTC/USDT (Binance) com zonas de suporte e resistência. Fonte: Crypto Investidor (TradingView)

Com o FOMC (Comitê Federal do Mercado Aberto) em recesso até 22 de setembro, quando acontece a próxima reunião de ajuste da taxa de juros da economia norte-americana, os traders devem ficar atentos à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que mede a inflação dos EUA, na quarta-feira da semana que vem.

Até lá, diz Consimo, a perspectiva de alta do S&P 500 deve prevalecer:

Tudo indica que o S&P 500 deve testar os 4.400 pontos nas próximas semanas. Existe ainda a possibilidade de que haja um teste do topo de 2022 em 4.800 pontos até setembro. Essa projeção está se desenhando no gráfico semanal baixo, onde podemos observar o rompimento da linha de tendência de baixa do Índice de Força Relativa (RSI) e o MACD (Média Móvel Convergente e Divergnte) próximo de cruzar para cima.

Gráfico semanal Índice S&P 500, com RSI e MACD. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

O dólar também perdeu força nos últimos dias, com o DXY atingindo mínimas de quase um mês. Embora ainda não esteja confirmada, é possível que haja uma reversão de tendência também para o DXY no curto prazo, diz o analista da Crypto Investidor:

“Temos uma divergência baixista (quando o preço faz topos mais altos, mas o RSI, que mede a força do movimento, faz 2 topos mais baixos) no gráfico semanal do DXY. Além disso, a linha de tendência de alta do RSI está sendo perdida. Esses 2 fatores indicam que muito provavelmente teremos uma reversão de tendência aí.”

Gráfico semanal DXY com divergência baixista. Fonte: Crypto Investidor (Trading View)

Embora o alívio no cenário macroeconômico tenha sido em grande parte responsável pela alta de julho do Bitcoin, os indicadores da atividade econômica nos EUA seguem sendo a principal ameaça à continuação da recuperação do mercado de criptomoedas no curto prazo, alerta Consimo:

“Notícias negativas, tais como a inflação acima da expectativa dos mercados, índices de atividade industrial e dos setores não manufatureiros abaixo do esperado, além da atualização dos dados de desemprego podem colocar em xeque a reversão de tendência que parece estar em curso, pois podem fazer o Fed reavaliar sua política monetária para o segundo semestre deste ano.”

No entanto, agosto começou com uma notícia levemente positiva sobre a economia dos EUA. O índice de atividade industrial (PMI, na sigla em inglês) caiu de 53 em junho para 52,8 em julho. Embora tenha atingido o menor nível desde junho de 2020, segundo pesquisa do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira, o resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam um recuo a 52,1.

Enquanto isso, poucas horas antes do fechamento da primeira vela diária de agosto, o par BTC/USD está cotado a US$ 23.000, operando em queda de 2,5% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko.

Com a retração do mercado no fim de semana e nesta segunda-feira, o Índice de Medo e Ganância Cripto voltou à zona de medo, após um breve momento de neutralidade registrado nos últimos dias, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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