Compras do Irã com criptomoedas levantam preocupações com evasão de sanções

O Irã fez nesta semana seu primeiro pedido oficial de importação usando criptomoedas, um passo que pode permitir que o país contorne as sanções impostas pelos EUA.

O pedido, no valor de US$ 10 milhões, pode permitir que o país negocie usando ativos digitais e evite o domínio do dólar americano no sistema financeiro internacional. Dessa forma, o governo espera contornar acordos com outros países sancionados como a Rússia, informou a Reuters.

Irã usando criptomoedas no seu comércio exterior

“Até o final de setembro, o uso de criptomoedas e contratos inteligentes serão amplamente utilizados no comércio exterior com os países-alvo”, disse um funcionário do Ministério da Indústria, Minas e Comércio do Irã nas redes sociais.

O Irã está sujeito a um embargo econômico quase completo pelos Estados Unidos, com o Escritório de Política e Implementação de Sanções Econômicas do Departamento de Estado responsável por fazer cumprir e implementar essas sanções.

Na segunda-feira (8), o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA também sancionou a plataforma de mixagem de tokens Tornado Cash, por violações de lavagem de dinheiro. Embora pareça que as agências apertaram seu controle no mercado digital, como visto com o aumento das sanções contra a Rússia, os comerciantes estão encontrando maneiras de contornar essas regras.

Anand Sithian, advogado da Crowell & Moring, e ex-advogado da divisão criminal da seção de confisco de ativos e lavagem de dinheiro do Departamento de Justiça, disse à CNBC: “A mineração de criptomoedas, embora nem de longe seja um substituto para os ativos congelados pelas sanções russas, evita as rampas de entrada fiat-crypto e as rampas de saída cripto-fiat em exchanges de criptomoedas centralizadas, ignorando assim a triagem de sanções.”

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Mineração também é usada para contornar sanções

A exchange Coinsfera, com sede em Dubai, também está atraindo comerciantes de países sob sanções, incluindo Rússia e Irã. Enquanto isso, a Binance, a maior exchange de criptomoedas em volume, foi acusada de permitir que usuários do país árabe usassem seus serviços e contornassem as violações dos EUA. Por fim, a Kraken é a mais recente exchange sob investigação do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos Estados Unidos por violar sanções.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um aviso no início deste ano de que nações como Irã e Rússia podem utilizar criptomoedas para contornar sanções usando seus recursos energéticos excedentes – – que não podem exportar – para abastecer a mineração, uma fonte mais energética, um método intensivo de verificação de transações de criptomoeda.

A Elliptic estimou no ano passado que 4,5% de toda a mineração de Bitcoin ocorre no Irã, permitindo que o país evite sanções comerciais e ganhe centenas de milhões de dólares em ativos cripto que podem ser usados para comprar importações e superar as restrições econômicas do país.

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