Comprar Bitcoin e fugir? Armínio Fraga pinta apocalipse com calote da dívida pública
Ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga afirmou, nesta segunda-feira (8), que vê as contas brasileiras com preocupação. Em situação extrema, o sócio fundador da Gávea Investimentos prevê até mesmo apocalipse fiscal e calote da dívida. Hora de comprar Bitcoin?
Para Fraga, o Brasil já está em depressão econômica. Para ele, a situação de calamidade das contas públicas não suporta o alto investimento exigido pela crise do coronavírus.
Um futuro preocupante estaria se delineando por conta de uma situação que ele vê como um ponto fora da curva. Ao contrário das principais economias do mundo e até da América Latina, o Brasil propõe reativar a economia enquanto os casos de Covid-19 ainda sobem.
Por conta disso, os desafios à frente demandariam ainda mais esforços. No entanto, em entrevista, o economista diz não ver espaço fiscal para tanto.
O governo não pode se acomodar achando que o Brasil é um Japão ou os Estados Unidos, que podem sair gastando sem grandes consequências. De meia-sola em meia-sola o buraco vai aumentando e, agora, nós estamos batendo na porta de uma dívida de 100% do PIB e uma máquina do crescimento absolutamente avariada.
É inflação ou calote, diz Armínio Fraga
O ex-presidente do Banco Central argumenta que o cenário poderá levar o financiamento da dívida ao limite. Na esteira do derretimento das contas, os títulos públicos deverão oferecer prazos mais e mais curtos. Na falta de um ajuste fiscal permanente, o ex-presidente do Banco Central vê risco de os vencimentos erodirem as reservas cambiais.
Nesse cenário, o resultado seria ou a volta da inflação alta ou o temido calote.
Pode indexar [a dívida] ao câmbio, à inflação ou à Selic, mas no limite não haveria saída sem que se encarasse o buraco fiscal. E no fundo há um outro buraco: a escassez de gastos adequados na área social.
Corrida à renda variável: comprar Bitcoin?
Em uma situação extrema como essa, estariam protegidos apenas os investidores de renda variável, como ações e criptomoedas.
A falta de atratividade da renda fixa devido à Selic baixa já empurra o investidor para a renda variável. Em meio à debandada de estrangeiros da Bovespa, a bolsa brasileira vê alta do investidor individual, que aposta pouco, mas faz a diferença no volume.
Somados à volta gradual do investidor de fora, vêm ajudando as seguidas altas do Ibovespa. O índice fechou mais uma vez em alta, dessa vez de 2,82%. O resultado faz a bolsa ir novamente a 97.320 pontos, patamar similar ao de 6 de março.
Já o Bitcoin também vê crescimento. Em maio, a exchange BitcoinTrade chegou a ver recorde de ordens de compra na plataforma. O movimento teria sido puxado por novos entrantes no mundo das criptomoedas em busca da primeira tentativa de comprar Bitcoin.
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