Policiais Civis de Goiás são presos em flagrante por roubo de R$ 994 mil em Bitcoins e ameaça de morte

Vítima relatou sequestro e tortura psicológica

Três policiais civis de Goiás foram presos em flagrante e afastados de suas funções no último domingo (6), suspeitos de terem roubado R$ 994 mil em Bitcoins (BTC) sob sequestro, tortura psicológica e ameaça de morte a um trader de criptomoedas, que não teve a identidade revelada. De acordo com as investigações, o crime aconteceu no último sábado (5) na região de Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros – as informações são do Portal Metrópoles.

Segundo as investigações, a vítima fazia passeios e trilhas no distrito de São Jorge, para onde teria viajado em companhia de dois amigos. O rapaz afirmou que comprou um terreno na região a fim de construir um restaurante ou um hotel próximo à rodovia GO-239.

No Boletim de Ocorrência (BO), a vítima relatou que saiu com os amigos da pousada onde estavam hospedados, no horário do almoço, em uma camionete Hillux,e foram interceptados durante o trajeto pelos policiais, que estavam em uma Land Rover. Ação que teria ocorrido com “truculência.”

Na abordagem, segundo o registro, um dos policiais disse que sabia da atuação do trader “no ramo de cassinos no exterior” e exigiu que ele acessasse todos os aplicativos de contas bancárias e carteiras digitais, em seu celular. 

 Após uma revista ao veículo, supostamente em busca por armas ou drogas, os agentes, que se identificaram como policiais federais, levaram a vítima para o chalé de uma pousada, com internet, para que o rapaz acessasse as contas pelo celular. Ocasião em que os policiais exigiram que ele transferisse 10 Bitcoins, cerca de R$ 2 milhões naquele momento, para uma determinada conta, fornecida por QR  Code.

Ao informar para os policiais civis Reges Alan e Antonnio Henrique que não possuía os 10 Bitcoins, a vítima narrou que a violência se intensificou, com empurrões, pistola no rosto e gritos de ameaça de morte.

Insatisfeitos com a quantia transferida, R$ 994,7 mil, os policiais deram um prazo de 24 horas para que o trader entregasse a diferença, do contrário os familiares do rapaz também iriam morrer. 

De acordo com a publicação, o primeiro policial preso pela Polícia Militar (PM) foi William da Silva Ribeiro, de 40 anos, que teria assumido a autoria dos fatos e informado desconhecer o paradeiro dos outros dois policiais. Na delegacia, William disse que só falaria em juízo. Reges Alan dos Santos, de 32, e Antonnio Henrique Afonso Alves, de 38, também acabaram presos. 

Ao Metrópoles, o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás (PCGO), Alexandre Lourenço destacou a rapidez da ação da corregedoria e disse que os policiais já foram afastados administrativamente até o desfecho das investigações.

Em 2017 o trader também foi investigado pela Polícia Civil  por supostamente liderar um esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, que teria acontecido em três estados (PE, MG e CE) e no Distrito Federal (DF) causando prejuízos de mais de R$ 450 milhões aos investidores em 10 países da América Latina, segundo as investigações.

O trabalho das polícias Brasil afora, relativo a investigações de crimes envolvendo criptomoedas, intensificou-se nos últimos anos. Na última semana, por exemplo, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Valeta, para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão para desarticular um possível ‘braço do Faraó dos Bitcoins’. No final de janeiro, Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG)  deflagrou  uma operação na cidade de Conselheiro Lafaiete,  onde cumpriu mandados de busca e apreensão contra alvos de uma investigação que se encontra em curso para apurar  fraudes em investimentos financeiros, relacionadas a criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

 

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