Startup oferece polêmica solução blockchain para conceder aos torcedores acesso aos estádios de futebol
Uma startup blockchain parceira dos principais clubes de futebol europeus está planejando usar os controversos passaportes de imunidade Covid-19 para conceder aos torcedores acesso aos estádios.
A Chiliz anunciou que começou a trabalhar em uma solução baseada em blockchain para permitir que os torcedores de futebol retornem gradualmente aos estádios – desde que possuam um “passe de imunidade” emitido pelo governo.
De acordo com a publicação no blog da empresa em 13 de abril, o Socios Pass poderia ser uma solução para mitigar alguns dos danos à indústria do esporte causados pela nova pandemia de Coronavírus.
Enquanto alguns países da Europa, incluindo a Itália, já estão elaborando planos para um eventual retorno à normalidade, o entendimento geral é que os jogos de futebol serão realizados a portas fechadas no futuro próximo.
De fato, uma partida de futebol que ocorreu em 19 de fevereiro é frequentemente acusada de semear o surto inicial na Itália, centrado na cidade de Bergamo.
Esses planos podem ser um grande golpe para a indústria do futebol, que atrai uma parte significativa de sua receita com a venda de ingressos para estádios, diz a Chiliz.
Uma solução potencial apresentada por alguns cientistas e políticos é a de um “passaporte de imunidade” que atestaria que seu titular já foi infectado pelo Coronavírus. Embora a ciência por trás da reinfecção permaneça instável, isso significa que a pessoa não pode contrair ou espalhar a doença, o que lhes permitiria participar de reuniões de massa e viver uma vida normal.
Os parceiros da Chiliz, que incluem equipes italianas e européias como FC Barcelona, Juventus e Paris Saint-Germain, apóiam a proposta.
O Socios Pass funcionaria conectando-se ao certificado de imunidade digital do usuário após a aprovação de um procedimento de KYC em seu site.
Os torcedores então mostrariam um código QR único na entrada dos estádios, que rapidamente confirmariam a identidade da pessoa.
Isso é prático?
Os passaportes de imunidade têm sido criticados por uma grande variedade de razões, tanto práticas quanto ideológicas.
Por um lado, criaria fortes incentivos para que as pessoas fossem infectadas de propósito, o que derrotaria o objetivo de medidas restritivas de contenção, como alertam alguns especialistas.
Há também problemas significativos com a taxa de falsos positivos dos testes de anticorpos usados para certificação. Esses testes são imprecisos demais para serem usados para algo além de estimativas estatísticas.
Potenciais questões sociais também contribuem para tornar esta proposta desagradável, por enquanto.
Alexandre Dreyfus, CEO da Chiliz, disse ao Cointelegraph que o Socios Pass é uma maneira de estar preparado se os governos decidirem instituir passaportes de imunidade, apesar de todas as críticas.
O fato de ser baseado em blockchain ajudaria a aliviar as preocupações de privacidade de dados, ele argumentou:
“Não queremos ter acesso aos dados, NÃO O faremos. Nós apenas conectamos os pontos para permitir que o agente de segurança na frente de um estádio o permita entrar. A blockchain pode ajudar a garantir que as informações sobre as pessoas não sejam alteradas (subornos, etc.).”
Dreyfus concordou que a solução não é ideal, mas acredita que atualmente não há outras opções para os torcedores assistirem aos seus jogos de futebol. “Esta é apenas uma ferramenta para garantir melhor segurança em grandes espaços públicos”, observou ele.
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