Chefe do Bacen diz que real digital está avançando e promete novidades em breve
O Brasil poderá anunciar, em breve, novidades sobre o projeto que visa criar uma versão digital do real.
Embora a China tenha saído na frente na criação de moeda digital, o Brasil não está na parado.
Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central (Bacen), voltou a sinalizar a possibilidade do lançamento de uma moeda digital brasileira. Em sua visão, o Brasil está “avançando muito” e, em breve, os brasileiros terão notícias sobre o real digital.
Real digital requer integração internacional, diz Campos Neto
Seguindo essa mesma diretriz, nesta segunda-feira (12), em evento virtual promovido pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e pelo Banco de Espanha, o presidente do BC reforçou a importância da integração internacional para se criar moedas digitais.
Campos Neto destacou que bancos centrais devem trabalhar juntos para que as moedas digitais se devolvam. Para o chefe do Bacen, a criação das moedas digitais envolve, também, uma discussão sobre remuneração, monopólio de emissão, custódia e tecnologia.
Vale lembrar que um grupo de estudo sobre emissão de moeda digital foi criado pelo Banco Central ainda no ano passado.
Na última reunião da Conferência Latino-Americana do Banco Santander, em janeiro, Campos Neto afirmou que o Banco Central do Brasil estava trabalhando em uma moeda digital de banco central (CBDC).
Por ora, no entanto, não há data programada para a adoção de uma CBDC brasileiro. Mas, em outros países, a discussão segue avançando. Já se fala, por exemplo, na concepção de euro digital antes do ano de 2025. Testes, nesse sentido, já foram realizados na Suécia.
No momento, a moeda mais adiantada é o yuan digital chinês.
Pix e desvalorização
A emissão de uma moeda digital busca promover o aprimoramento de transações comerciais e financeiras entre os usuários, possivelmente impactando no papel dos bancos na economia – na prática, o próprio Bacen poderia viabilizar repasses como o Auxílio Emergencial diretamente para o cidadão.
O real digital poderá substituir a moeda física, acelerando ainda mais a digitalização da economia. Os estudos em andamento do BC revelam que a adoção da moeda digital pode trazer benefícios complementares a outros meios de pagamento, sobretudo aos meios de pagamento instantâneos, com o Pix.
O eventual anúncio do real digital em 2021 poderá vir em momento de fraqueza da moeda nacional. Vale lembrar que, atualmente, se as previsões da BTG Pactual se concretizarem, o dólar chegará a R$ 6,40 até o fim de 2021. Com isso, a moeda caminharia para ocupar o topo das posições globais de pior moeda do mundo.
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