Campeão ao avesso: Bitcoin se torna o maior crash desde 1970 e o 5º da história após crise da FTX

Principal criptomoeda do mercado chegou a ser negociada a US$ 15,8 mil e acumular uma perda anual de 77% durante os desdobramentos envolvendo a exchange de SBF.

Lutando para romper a resistência de US$ 21,5 mil no início de novembro, depois que o mercado de criptomoedas apresentou um rali de alívio com o discurso de Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, o Bitcoin (BTC) parecia esboçar uma reação, parecia. Isso porque, enquanto o BTC levantava o que se revelou como um voo de galinha, a predominância de FTX Token (FTT) no balanço patrimonial da Alameda Research, empresa irmã da exchange de criptomoedas FTX, dava sinais de crise de liquidez nas empresas de SBF, o que acabou se concretizando.

Os desdobramentos que resultariam em um despejo de criptomoedas no mercado e saques massivos das exchanges em razão do pânico da maioria dos investidores levaram o Bitcoin a ser negociado em torno de US$ 15,8 mil nos últimos dias 9 e 14, valor que representou uma queda de 77% em relação à máxima histórica do BTC em novembro do ano passado, quando a criptomoeda chegou a ser negociada por US$ 69 mil. 

O crash, que levou o mercado de criptomoedas a patamares próximos de US$ 800 bilhões, fez da queda de preço do Bitcoin o maior colapso financeiro desde 1970 e o quinto maior de todos os tempos, de acordo com um levantamento do Bank of America (BofA).

Segundo o BofA, as perdas ocasionadas pela retração anual do BTC, agravadas pelo crash da última semana, superaram o que ficou conhecido como  “Segunda-feira negra de 1987”, que se refere ao dia 19 de outubro daquele ano, marcado pela queda de 22,61% do índice Dow Jones, entre outros índices, após navios iranianos atacarem e afundarem navios petroleiros dos EUA no Kuwait. O BofA informou ainda que a baixa do BTC já superou o crash imobiliário do Japão na década de 1980 e a quebra do mercado de ações na Arábia Saudita em 2006. 

Por enquanto, acima do BTC, os maiores colapsos financeiros da história são: em quarto lugar o boom imobiliário que se iniciou nos EUA em 2005; na terceira colocação a “Grande Depressão”, também conhecida como Crise de 1929, quando aconteceu a quebra da Bolsa de Nova Iorque; na segunda colocação a Bolha do Mar do Sul, que foi o colapso da South Sea Company em 1720 em razão da especulação que havia se formado anos antes em torno da empresa em razão do monopólio da empresa britânica no fornecimento de pessoas escravizadas para a América do Sul; em primeiro lugar a bolha da Companhia Mississipi na década de 1710, resultado de uma “propaganda enganosa” da empresa em torno das riqueza existentes no estado da Lousiana (EUA), cuja promessa de retorno fez as ações da empresa dispararem levando o banco francês Banque Générale Privée (“Banco Privado Geral”), dono da empresa, a emitir uma alta quantidade de papel-moeda, já que a instituição foi pioneira nesta atividade. 

A maré de baixa do Bitcoin ainda pode levar a criptomoeda a “conquistar” posições mais altas no ranking de piores crashes de todos os tempos. Isso, caso se confirme a previsão do fim do mundo feita há alguns dias pelo analista que previu o crash de junho do BTC, conforme noticou o Cointelegraph Brasil.

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