‘Depois dessa FTX, tenho os 2 pés atrás’: vítimas brasileiras deverão emparedar exchange de SBF na Justiça

Com representação no Brasil, exchange que deu entrada em processo de falência nos EUA e bloqueou saques dos investidores deverá enfrentar ações de brasileiros.

“Depois dessa FTX aí, eu tenho os dois pés atrás. Sei que todo bearmarket acontece isso, mas não com uma empresa que está no NBA, MMA, F1, vários jogos importantes.” As palavras que abrem esta publicação são de um das muitas publicações no grupo “FTX Vítimas Grupo”, que já conta com mais de mil pessoas no Telegram a fim de unirem forças dos investidores brasileiros contra a exchange de criptomoedas de Sam Bankman-Fried (SBF).

Em outro relato, um trade diz que deixou de obter um ganho na exchange em razão da interrupção das negociações. Segundo o relato, o investidor entrou em uma operação de venda a descoberto (short) de US$ 300 mil em Bitcoin (BTC) a um preço de US$ 21,3 mil, o que provavelmente aconteceu entre os dias 4 e 5 de novembro, quando o BTC orbitava este valor.

“Por ‘pura sorte’ dessa bomba estourar, iria fazer uma grana preta [risos]. A parte de lá [FTX] eu perdi, mas das outras [exchanges] segurei a tensão e não fechei nada ainda, essa semana eu saio [da operação]”, relatou outro investidor. 

Em outra mensagem, ele confirmou que estava operando em uma alavancagem alta, possivelmente durante um rali de alívio das criptomoedas que sucedeu as declarações moderadas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que fizeram as criptomoedas dispararem no início de novembro. Ele disse ainda que os desdobramentos do caso FTX poderam resultar em novas quedas.

“Agora o que vou fazer é me proteger e esperar, isso aí ainda vai barulhar muito. Se eu der muita sorte, pego perto do fundo em long. O lance [caso FTX] é meio caminho [pra] uma Binance da vida quebrar, aí eu quebro junto”, completou. 

Em outro relato, uma vítima afirma que depositou R$ 1 milhão na FTX. Mas, o grupo do Telegram parece ser apenas a ponta do iceberg que pode ser o somatório das perdas dos investidores brasileiros na plataforma da FTX, o que deverá resultar em um processo judicial movido por investidores do Rio Grande do Sul, nos próximos dias.

De acordo com uma publicação da  GZH da última segunda-feira (14), eles são representados pelo advogado especialista em Direito Digital Juliano Madalena, que argumentou que a FTX possui funcionários no Brasil e que, por isso, “é inquestionável a aplicação da legislação brasileira.”

Já o advogado mestre em Direito Tributário Luiz Trindade explicou que a FTX, que ingressou com um pedido de falência sob o capítulo 11 do código dos EUA, terá um prazo de 120 dias, podendo ser prorrogado por 18 meses, para apresentar um plano de reestruturação e ressarcimento de seus credores. Ele acrescentou os maios desafios são as questões transfronteiriças e a eficácias destes dispositivos legais em relação às criptomoedas. 

Quem também deverá amargar prejuízo milionário com a FTX é a modelo brasileira Gisele Bündchen, garota-propaganda e acionista da exchange de SBF, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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