Chainalysis aponta 4 tendências para o mercado de criptomoedas em 2022
Com o mercado de criptomoedas ganhando cada vez mais adeptos e casos de uso em todo o mundo a Chainalysis apontou o que considera as 4 principais tendências que vão dominar o ecossistema cripto
O Bitcoin e as criptomoedas ganharam muita atenção nos últimos 2 anos e se tornaram pauta entre as maiores nações do mundo, além disso, agora, com a guerra entre Rúsisa e Ucrânia os criptoativos também se tornaram pontos estratégicos, em ambos os lados, em busca de evitar desdobramentos econômicos do conflito.
Agora, conceitos como altcoins, NFT e DeFi que antes estavam restritos a um pequeno grupo de investidores e entusiastas de tecnologia, agora já fazem parte da conversa global, demonstrando que há um interesse crescente em compreendê-los e descobrir seu verdadeiro potencial.
E, neste momento de transição, em que o ecossistema de criptomoedas deixa de ser apenas um nicho e passa a integrar parte da agenda global de investidores, produtores culturais, criadores de mercado, entre outros, quais serão as tendências e mudanças que o ecossistema dos criptoativos enfrentará no futuro próximo?
Em busca de oferecer um panorama sobre estas mudanças a Chainalysis compartilhou com o Cointelegraph as 4 tendências que a empresa acreditam devem dominar o ecossistema cripto e ajudar a moldar o futuro do mercado. Confira.
4 tendências para o mercado de criptomoedas em 2022
O mercado NFT continuará a evoluir
Para a Chainalysis, o mercado NFT continuará a evoluir e a se transformar, assim acredita Ethan McMahon, economista da Chainalysis, que analisou de perto a atividade da NFT e acredita que este é apenas o primeiro passo de muitos à medida que novas tecnologias emergem.
“Prevemos que o mercado NFT continuará a evoluir no próximo ano à medida que mais artistas, criadores, celebridades e até mesmo fabricantes de videogames lançarem coleções destinadas a seus fãs, juntamente com muitos outros casos de uso que ainda não foram inventados.”
A criação de um aplicativo “all-in-one” está próximo
No caso das finanças descentralizadas (DeFi), como aponta Philip Gradwell, Economista Chefe da Chainalysis, este setor devem ganhar ainda mais corpo e ajudar a redefinir as aplicações financeiras, no entanto, para o setor ‘deslanchar’ ele ainda precisa criar uma ‘interface’ de interação mais simples com os usuários.
“Em 2021, DeFi e NFT demonstraram que se pode fazer mais com criptomoedas do que simplesmente investir. No entanto, estes casos de usuários só estão disponíveis fora dos serviços de consumo mainstream. Uma das principais lições da Web 2.0 foi que os consumidores adoram plataformas, e eu não acho que isso vai mudar para a Web 3.0. Atualmente, não há nenhuma plataforma de criptomoeda que possua o relacionamento com o cliente e leve em conta os fornecedores.”, disse,
Portanto, segundo ele, quem criar primeiro este ” Superapp ” não só terá provavelmente uma vantagem sobre os concorrentes, mas também será dono do espaço, pois os clientes preferem a facilidade de ficar com uma plataforma bem construída em vez de migrar para outra.
Governos vão adotar criptomoedas
Os governos se adaptarão gradualmente às criptomoedas
O boom que os ativos digitais estão vivenciando pegou o sistema financeiro e os governos de todo o mundo de surpresa, e o Brasil não é exceção. Em 22 de fevereiro deste ano, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou um projeto de lei que trata das operações de criptomoedas.
O texto estabelece regulamentações e detalha as formas pelas quais o governo regula o uso de criptomoedas. Em seguida, o projeto precisa passar pelo plenário da Câmara caso haja recurso nesse sentido. Caso contrário, vai direto para a análise dos deputados.
Esse projeto prevê isenção de alguns impostos, como IPI e Imposto de Importação, para a compra de máquinas e softwares. Essa isenção se aplicará apenas às empresas que utilizam 100% de energia renovável em suas operações e neutralizam 100% das emissões de gases de efeito estufa.
Outros mercados como Europa e Estados Unidos estão começando a regular o uso de criptomoedas, e isso pode se tornar uma tendência global, como aponta Salman Banaei, chefe de políticas públicas da Chainalysis.
“Embora eu não veja uma estrutura regulatória em vigor até o final de 2022, acredito que haverá novos projetos de lei, audiências e discussões construtivas sobre ativos digitais que definirão o palco para um 2023 com maior clareza dentro do setor em todo o mundo”.
As criptomoedas serão vitais para futuras investigações criminais
De acordo com o Crypto Crime Report 2022 da Chainalysis, os crimes baseados em criptomoeda atingiram um novo recorde em 2021, os endereços ilícitos receberam US$ 14 bilhões ao longo do ano, contra US$ 7,8 bilhões em 2020.
O DeFi está ligado a muitos desses crimes. Além disso, os lavadores de dinheiro encontraram seu lugar no próspero mercado NFT. Os criminosos cibernéticos lavaram US$ 8,6 bilhões em criptomoedas através destes serviços em 2021. Os protocolos DeFi receberam 17% desses fundos ilícitos, acima dos 2% em 2020.
Entretanto, embora esses números sejam preocupantes, pesquisas conduzidas pela Chainalysis mostraram que apenas 0,15% das transações de criptomoedas estão relacionadas a atividades ilícitas.
Embora muitos vejam as criptomoedas como o problema, principalmente devido à crença equivocada de que elas não são rastreáveis, elas podem na verdade ser a solução para muitas formas de crimes cibernéticos.
De acordo com Gurvais Grigg, Diretor de Tecnologia do Setor Público na Chainalysis, o uso de criptomoedas para atividades ilícias deve continuar em alta, porém quanto mais adoção o mercado obter, mais difícil será os criminosos usarem deste mercado para seus ganhos ilícitos.
“Atividades ilícitas desta natureza estão aqui para ficar. Mas, se a adoção global da criptomoeda continuar a evoluir, a educação para a aplicação da lei melhorar e o investimento em cibersegurança corporativa aumentar, a criptomoeda logo será reconhecida como uma ferramenta inestimável, não um obstáculo, para nos ajudar a derrubar os criminosos.” .
LEIA MAIS