Banco Central seleciona projeto de stablecoins do Itaú e outras iniciativas para o Lift 2022

Blockchain dominou a lista dos oito projetos selecionados.

O Itaú Unibanco, uma das principais instituições financeiras do Brasil, vai desenvolver uma plataforma de “finanças descentralizadas (DeFi)” cujos tokens poderão emular stablecoins pareadas com moedas fiduciárias, como o real e o dólar. Foi o que anunciou o Banco Central do Brasil (BC) na última semana ao revelar a lista dos oito projetos selecionados para a quinta edição do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, o Lift Lab 2022. A iniciativa é uma parceria com a Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac) que tem como objetivo o fomento à inovação do Sistema Financeiro Nacional. 

“A divulgação dos projetos selecionados, além de dar transparência ao processo, atrai o interesse de todos os participantes do sistema financeiro e de seus especialistas e pesquisadores. É uma oportunidade e uma honra poder fazer parte e compartilhar com todos os temas e projetos que serão desenvolvidos nessa 5º edição do LIFT Lab”, afirmou o  líder de Inovação da Fenasbac, Rodrigoh Henriques. 

Por sua vez, o chefe de divisão no Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, André Siqueira ressaltou que:

“O LIFT LAB é uma oportunidade de interação com a sociedade na qual apresentamos o valor do BC na construção da inovação no SFN. A divulgação de uma nova edição, agora contemplando 8 projetos, representa um importante marco do LIFT LAB, que completa 5 anos de operação.”

No caso do “DeFi – Liquidity Pool” do Itaú, o projeto contempla o desenvolvimento de uma plataforma em blockchain que permite a custódia e troca de moedas e investimentos alternativos e seu funcionamento será semelhante aos protocolos DeFi. 

Um segundo projeto do Itaú aprovado para o Lift 2022 é o “Pix com uso de NFC e QR Code Offline”, que tem como objetivo a utilização do Pix por meio da tecnologia de comunicação sem fio NFC, utilizando celulares com débito em conta, além da possibilidade da solução de Pix offline via QRCode, de forma segura.

Entre os projetos, que em sua maioria contemplam a tecnologia blockchain e cujos laboratórios começam no dia 12 de setembro, está o “Easy Hash – Microcrédito Descentralizado,” da Celso Jungbluth, uma solução de tokenização de ativos financeiros em blockchain de descentralização do risco de crédito entre os credores. 

Outra solução em blockchain que seguirá adiante é a “Interoperabilidade entre o Real Digital e um Blockchain público”, da Lovecrypto, uma proposta que prevê a conversão na rede blockchain Celo em Real Digital, no caso um estudo de interoperabilidade entre a CBDC brasileira e a blockchain pública que roda na Ethereum Virtual Machine (EVM). Já o projeto “Redução de custos e complexidade no uso de CCBs, através da aplicação de smart contracts e stablecoins”, da Nest, “trata do desenvolvimento de smart contracts em blockchain como aplicação de regras de negócio de CCBs de acordo com as normas do Banco Central, com uso de stablecoins ou CBDCs para liquidação da CCB, a partir de transferências Pix ou TED para conta de pagamento. Pretende padronizar e unificar o processo de ponta a ponta em uma plataforma.”

Os demais projetos aprovados são o “Ailos Pix Crédito”, da Ailos, que tem como objetivo criar uma nova modalidade de pagamento e parcelamento por meio da antecipação de recebíveis e redução de taxas, o “G10 Bank”, da G10 Bank Participações, voltado à inclusão financeira por meio da concessão de microcrédito para pessoas vulneráveis do G10 favelas, cuja escolha é pelo “presidentes de ruas”, moradores que conhecem a comunidade, e o “Protocolo de crédito descentralizado”, da Delend Tecnologia, voltado à ampliação de crédito para pequenas e médias empresas, por meio de uma plataforma digital que utiliza o Pix agendado e avaliação de risco pelos credores. 

Confira o cronograma completo:

•12/9/2022 – Início dos laboratórios dos projetos LIFT 2022.

•15/10/2022 – Primeira entrega: contempla as definições e conceitos e o detalhamento do escopo do projeto no LIFT LAB. Os casos de uso deverão ser detalhados e as principais dúvidas apresentadas. 

•15/11/2022 – Segunda entrega: apresenta a primeira versão do protótipo funcional e sua respectiva fundamentação técnica e teórica. 

•15/12/2022 – Entrega final: apresenta o protótipo funcional e relatório técnico do projeto. 

•15/1/2023 – Data final para a entrega do relatório revisado para inclusão na Revista LIFT 2023.1.  

Na última semana, a Fenasbac também escolheu oito projetos de fintechs para o programa de aceleração NEXT, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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