Suspeita de dar calote em clientes, RentalCoins é investigada por Polícia Civil e Ministério Público do Paraná

Sócio da empresa, Francis Silva se defendeu das acusações afirmando que a empresa passa por um processo de reestruturação após a realização de uma auditoria e os pagamentos devidos aos clientes serão colocados em dia.

Suspeita de dar calote em clientes em uma modalidade de investimento baseada na locação de criptoativos, a RentalCoins, empresa que se apresenta como exchange de criptomoedas, está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná, informou reportagem veiculada no Jornal da Record na terça-feira, 29. O responsável pela empresa, Francis Silva, nega irregularidades.

De acordo com um contrato de locação da empresa a que o Cointelegraph Brasil teve acesso, o modelo de locação de criptoativos da empresa oferecia rendimentos mensais fixos de 6% contra o aluguel temporário do BRCP, um ativo digital baseado na blockchain da Tron e emitido pela própria empresa, cujo valor é atrelado ao Real e lastreado pelo capital social da Compralo, empresa especializada em meios de pagamento com criptoativos avaliada em R$ 50 milhões.

Tanto a Compralo quanto a Rental Coins pertenceriam à Intergalaxy Holding e ambas têm Francisley da Silva Valdevino, mais conhecido como Francis Silva, como sócio-administrador.

A título de investimento, a aquisição do BRCP poderia ser tanto feita diretamente no site da RentalCoins ou então pelo site da Compralo. Daí por diante, o contrato firmado entre as partes prevê que a empresa atue como locatária tornando-se responsável pela custódia e administração do BRCP em quantia estabelecida no referido documento por um período de 12 meses. 

Como contrapartida, os rendimentos fixos deveriam ser pagos em BRCP mensalmente ao cliente e locador diretamente em uma carteira de sua preferência. A conversão do criptoativo em reais e posterior transferência à conta bancária de titularidade do cliente deveria ser feita através da Compralo. Ao término do contrato, em caso de não renovação do mesmo, o cliente teria direito a receber integralmente o valor investido.

Um cliente da empresa disse em condição de anonimato ao Cointelegraph Brasil que os primeiros atrasos nos repasses devidos aos investidores começaram a ocorrer em novembro de 2021. Uma reportagem do Portal do Bitcoin publicada em fevereiro deste ano relatou que a Rental Coins tornou-se alvo de queixas constantes no portal Reclame Aqui em função do descumprimento do contrato.

Na matéria veiculada na última semana pelo jornalismo da TV Record, Francis Silva reconheceu os atrasos nos repasses da RentalCoins e os atribuiu à realização de uma auditoria e a um processo de reestrutração iniciado em outubro. A auditoria e reestruturação teriam sido comandadas às vésperas de quando foram relatadas as primeiras queixas dos clientes, conforme o próprio sócio administrador da empresa admitiu à reportagem:

“Devido a essa reestruturação, tivemos alguns problemas com alguns saques em alguns meses, mas isso tudo já está sendo resolvido, já está sendo colocado em dia.”

Segundo a Rental Coins, 60% dos clientes aceitaram assinar um novo contrato com bases diferentes, enquanto 20% preferiram encerrá-los e retirar todo os seus fundos da empresa. O restante estaroa em negociação. Silva também garante que todos os clientes vão receber seus criptoativos de volta.

Procurada pela reportagem do Cointelegraph Brasil para esclarecer esta e outras dúvidas sobre as suspeitas que recaem sobre a empresa, a ouvidoria da Rental Coins não havia retornado o contato até o fechamento desta edição.

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