Teoria de Warren Buffet sobre ações pode ser aplicada às criptomoedas

Segundo teoria de Warren Buffet, as criptomoedas nunca foram uma bolha

Warren Buffet, conhecido por alguns como o oráculo de Omaha, é um dos maiores investidores do mundo e está acostumado a avaliar os riscos de diversas classes de ativos.

Nesta semana, Buffet mais uma vez virou notícia, quando vendeu parte das suas ações dos maiores bancos americanos, diminuindo em mais de US$ 3 bilhões participação no Wells Fargo e J.P. Morgan Chase e zerando sua participação no Goldman Sachs para aplicar em algo que há anos ele refuta: o ouro.

No caso do ouro, Buffet simplesmente não comprou apenar algumas propriedades em ouro, ou derivativos de ouro, como pode se supor – Buffet comprou 11% uma das maiores mineradoras do mundo, a canadense Barrick Gold – por US$ 565 milhões.

Para Buffet, momento é de cautela

Apesar dos excelentes resultados da sua firma de investimento, a Berkshire Hathaway, que apresentou lucro de 87% no segundo trimestre (US$ 26 bilhões), para Warren Buffett o momento é de cautela.

Acostumado a comprar empresas consolidadas e investir em marcas reconhecidas, Buffett está há 5 anos sem realizar uma grande aquisição, desde que pagou US$ 35,2 bilhões pela Precision Castparts, a maior compra de sua história como investidor.

O resultado expressivo da Berkshire Hathaway é resultado direto da recuperação que o mercado de ações vem demonstrando desde a crise de março, uma certa ‘exuberância irracional’, expressão cunhada pelo economista americano na primeira década dos anos 2000 para resumir o excesso de liquidez e febre de IPO nas bolsas americanas. O que aconteceu em seguida todos sabem: quebradeira geral com o estouro da bolha da internet.

Buffet acha que estamos passando por período que se assemelha a uma bolha e segundo sua teoria, ele procurou se proteger ao comprar uma mina de ouro.

A teoria da bolha de Buffet

Segundo a teoria da bolha de Buffet, toda vez que a capitalização de mercado das ações se iguala ou supera o PIB das nações mais ricas, estamos diante de uma bolha. Quando os mercados começaram a avaliar as empresas com base em métricas como o número de cliques, as ações de tecnologia dispararam na década em 1999/2000. Naquela época, muitas pessoas criticavam Buffett por perder ações de tecnologia.

No entanto, Buffett se recusou a participar do rali das pontocom. A bolha das pontocom finalmente estourou e grande parte das empresas de tecnologia supervalorizadas foi à falência. A Amazon foi a exceção mais notável. Hoje, as ações da Amazon fazem parte do portfólio da Berkshire Hathaway.

Para Buffet, o atual rali do mercado de ações possui todas as características de uma bolha. O marketcap do mercado mundial de ações equivale a US$ 69 trilhões, resumidos em 60 grandes bolsas mundiais.

Imagem: visual capitalist

A título de comparação o PIB mundial hoje está na casa dos US$ 56 trilhões e em constante crescimento, pois os números coletados pelo Banco Mundial ainda não foram consolidados. O PIB já apurado que é de 2019 foi da ordem de US$ 87.265.226.000.000.

Segundo a teoria de Buffet pelos números atuais estamos passando por uma bolha e são justamente as ações das empresas tecnologias que estão puxando o rali das bolsas. No Brasil, o fenômeno se repete, visto que os investidores também estão puxando a Bovespa investindo nas ações ligadas à empresas tecnologia, como relatou o Valor.

A mesma teoria aplicada às criptomoedas

Alguns analistas costumam afirmar que o mercado de criptomoedas e em particular o Bitcoin não passam de uma bolha. Contudo, se aplicarmos a teoria de Buffet sobre o valor de mercado das criptomoedas, observa-se uma distância imensa entre o mercado de ações e o mercado de criptoativos em comparação.

Imagem: Coingecko

O marketcap de todas as criptomoedas hoje é de US$ 384,636 bilhões, somatório de 6.495 tokens analisados, tendo o Bitcoin representando 2/3 desse montante. Só mercado de ouro por exemplo vale US$ 10.9 trilhões.

Portanto, sob essa teoria, o mercado de criptomoedas ainda está longe de ser uma bolha.

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