Quadrilha acusada de roubar bancos em Brasilia lavava dinheiro com Bitcoin, segundo Ministério Publico

Uma quadrilha de hackers que atuava roubando valores de contas correntes do Banco de Brasília (BRB) é acusada pelo Ministério Público de lavar o dinheiro com bitcoin

Uma quadrilha de hackers que atuava roubando valores de contas correntes do Banco de Brasília (BRB) é acusada pelo Ministério Público de lavar o dinheiro obtido com as práticas criminosas por meio da aquisição de diversos itens, entre eles, Bitcoin e criptomoedas, segundo decisões publicadas em 17 de março no Diário Oficial do Estado.

Segundo o MP a quadrilha chegou a práticas os crimes, de diferentes modos por cerca de 10 anos, antes de ser desmantelada por uma ação da Polícia. De acordo com a denúncia os integrantes da quadrilha entravam em contato com os clientes do BRB simulando uma tentativa de fraude na conta e pedindo a confirmação de diversos dados, que então eram usados, para acessar a conta e roubar recursos das vítimas.

“(a quadrilha estava) agindo do seguinte modo: um membro da organização criminosa contactava correntistas do banco usando um telefone com o mesmo prefixo daquele da instituição financeira; fingindo ser servidor do banco estatal, informou uma tentativa de fraude em sua conta para pedir que remetesse pelo WhatsApp um QR CODE que deveria obter em um terminal de autoatendimento; com isso, outros membros da organização acessaram as contas bancárias, faziam transações diversas e transferir valores para contas de ‘laranjas’, os quais realizavam saques e também simulavam compras fictícias, a fim de conferir ares de licitude às transações”, diz a ação.

A investigação policial conduzida no caso apurou que os membros da organização se espalham pelos estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraíba e pelo Distrito Federal e que, durante seus 10 anos de atuação, teria movimentado milhões de reais, “proveito obtido em centenas de crimes praticados contra correntistas de diversas instituições financeiras”.

Em busca de esconder o dinheiro de seus ato ilícitos os membros da quadrilha, segundo o MP, teriam adquirido apartamentos e automóveis de luxo, além de dólares e criptomoedas. Mesmo  com a prisão de dois membros da organização criminosa em 2019, a polícia relatou que as fraudes continuaram a ser praticadas, fato que levou posteriormente a prisão de mais 7 pessoas que estariam ligado a quadrilha que planejava uma fuga para a Europa.

“(a polícia) Ressaltou a forma de agir da organização criminosa, integrada por pessoas articuladas, ajustadas e organizadas e que causou vultosos prejuízos a correntistas do BRB. Salientou que interceptações telefônicas indicam que eles pretendem destruir provas e até mesmo fugir para a Europa, pois estão providenciando a retirada de passaporte”, destaca a ação.

No total, após as investigações e prisões, 22 pessoas foram presas e acusadas de integrar a quadrilha e participação nos crimes. Um dos supostos membros da organização, bacharel em direito, requeriu recentemente um habeas corpus para cumprir prisão domiciliar, contudo o pedido foi negado pela justiça que alegou que poderia haver indícios de destruição de provas.

“Trata-se de organização criminosa articulada e complexa, formada por pessoas residentes em Santa Catarina, São Paulo, Paraíba e Distrito Federal e dedicada a subtrair valores vultosos de correntistas de instituições bancárias por meio de fraudes cibernéticas. Além disso, a decisão afrontada afirma que há indícios de possível destruição de provas e de plano de fuga (…) Ante o exposto, indefere se a liminar”, destacou a decisão publicada em 17 de março.

Com 36 anos, o bacharel alega que, dentro da organização, seria responsável por recrutar ‘laranjas’, “recebia valores de origem espúria, realizava ‘lavagem de dinheiro’ mediante simulações de compras em maquinetas de cartões e repassava o dinheiro com aparência de licitude para o líder da organização criminosa, por meio da conta da irmã deste”, declarou o réu preso a pedido do Delegado titular da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos.

Outro membro da organização criminosa, com 32 anos, era o programador responsável por coletar e trocar informações de clientes bancários, além de instruir integrantes sobre as técnicas e ferramentas necessárias ao cometimento dos furtos, notadamente acerca do envio de QR CODE pelas vítimas e também pediu para ser liberado da prisão preventiva. Contudo também teve o pedido negado na mesma data de seu comparsa.

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