Brasileiros lucraram R$ 1,5 bilhão com Bitcoin em 2020, segundo a Chainalysis

Importante casa de análises do criptomercado Chainalysis colocou o Brasil no Top 25 de países que mais lucraram com Bitcoin em 2020.

Um estudo divulgado nesta semana pela casa de análises do mercado de criptomoedas Chainalysis mostrou que os brasileiros tiveram ganhos de R$ 1,5 bilhão com investimentos em Bitcoin em 2020.

O ranking divulgado pela Chainalysis coloca o Brasil entre os 25 países com maiores lucros realizados com Bitcoin em 2020, à frente de todos os países da América Latina.

Os brasileiros teriam realizado lucros de US$ 0,3 bilhão em 2020, que convertidos em real seriam mais de R$ 1,5 bilhão na conversão desta semana. Se considerarmos o câmbio de janeiro de 2020, os lucros são ainda maiores, cerca de R$ 1,6 bilhão.

Os dados da Chainalysis mostram amplo domínio dos Estados Unidos, com lucros de US$ 4,1 bilhão no ano, seguido pela China com US$ 1,1 bilhão, Japão (US$ 0,9 bilhão), Reino Unido (US$ 0,8 bilhão e a Rússia (US$ 0,6 bilhão).

À frente do Brasil estão países mais desenvolvidos como Alemanha, França, Espanha, Coreia do Sul, Holanda, Canadá, Turquia e Itália, mas o Brasil também está bem atrás de nações como Ucrânia e Vietnã.

A outra nação latinoamericana que figura na lista é a Argentina, logo atrás do Brasil com US$ 200 milhões de lucros entre os investidores de Bitcoin, ou pouco mais de R$ 1 bilhão. A Chainalysis comenta o desempenho dos EUA no ranking:

“Isso pode parecer surpreendente considerando que a China historicamente tem de longe o maior volume de transações brutas de criptomoedas, mas como cobrimos anteriormente, as bolsas focadas nos EUA viram enormes entradas em 2020 que parecem ter sido realizadas no final do ano, o que provavelmente explica os grandes ganhos do país.”

A empresa também esclareceu a metodologia usada para a composição do ranking com lucros realizados de investidores em Bitcoin no mundo:

“Medimos os fluxos on-chain para cada exchange de criptomoedas, e aproximamos os ganhos totais de dólares dos EUA feitos sobre o ativo em questão (Bitcoin neste caso) medindo as diferenças no preço do ativo no momento em que foi retirado da plataforma versus quando foi recebido. Em seguida, distribuímos esses ganhos (ou perdas) por país com base na participação do tráfego web que cada país contabiliza no site de cada exchange”

Outra boa notícia é a queda de atividades ilícitas relacionadas a criptomoedas desde 2019, que caiu de US$ 200 milhões na América Latina para atuais US$ 40 milhões envolvidos em fraudes, mercados na darknet e outras atividades ilícitas. Pirâmides brasileiras famosas estão na análise, como a Atlas Quantum, AirBitClub e a FX Trading, todas hoje respondendo por crimes financeiros na Justiça.

Outro dado interessante é a corrida dos adotantes de criptomoedas para plataformas de negociação em P2P quando há grande desvalorização das moedas nacionais. Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile foram lembradas como principais mercados que adotam criptomoedas como reserva de valor.

O Brasil ainda domina os valores recebidos no continente – até pela disparidade populacional com relação a outros países da região. O Brasil recebeu cerca de US$ 9 bilhões em criptomoedas em 2020, seguido por Venezuela, Argentina, México e Colômbia.

Os maiores serviços de criptomoedas na América Latina têm sido as maiores exchanges globais, especialmente depois da entrada mais efetiva da Binance no continente. A Binance recebeu mais de US$ 3,13 bilhões no período analisado, seguida pela Huobi, OKEX, Coinbase e Bitstamp, todas exchanges com valores bilionários.

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