Pior que criptomoedas: Ações de fintechs brasileiras mantém tendência de queda em 2022 e se aproximam de mínimas históricas

Apesar de 2022 estar sendo um ano positivo para o Ibovespa até agora, ações de empresas focadas em meios de pagamento amargam quedas severas desde o ano passado e estão muito próximas de seus recordes negativos de preço.

O mercado acionário brasileiro vem testemunhando um renascimento em 2022, com o Índice Ibovespa acumulando ganhos de mais de 7% desde o começo do ano, mas as ações de fintechs brasileiras não estão acompanhando o movimento positivo e algumas delas estão renovando suas mínimas históricas, conforme destaca reportagem do Valor Investe.

Depois de um 2021 que já não fora positivo para as principais empresas de meios de pagamentos digitais brasileiras, Stone, PagSeguro e Getnet acumulam perdas severas até agora em 2022.

A PagSeguro lidera as perdas com uma variação negativa de 59,3% no acumulado do ano. Nesta sexta-feira, perto do horário de fechamento do pregão, estava cotada a R$ 12,81. A desvalorização já chega a quase 80% em relação à máxima histórica de R$ 66,97 registrada em fevereiro do ano passado, poucos dias depois que os papéis da empresa foram listados na Bolsa de Nova York.

Não muito atrás vem a Stone, que acumula 58,6% de desvalorização desde o princípio de janeiro. Nesta sexta-feira, a ação cravou uma nova mínima histórica ao atingir a cotação de R$ 45,40.

A Getnet, vinculada ao banco Santander, registra perdas menores desde o começo do ano – aproximadamente 15% – mas sua cotação nesta sexta-feira fechou 76,5% abaixo de sua máxima histórica – R$ 1,65. Poucos centavos acima da mínima histórica de R$ 1,58 registrada na segunda-feira, 7.

Enquanto isso na Bolsa de Nova York, o Nubank fechou a semana cotado a US$ 6,54, mais de 40% abaixo da máxima histórica registrada poucos dias depois de sua oferta incial em dezembro do ano passado.

Uma rara exceção é a Cielo, cujo desempenho este ano supera o do Índice Ibovespa com uma valorização de 13,7%. Ainda assim, o papel da empresa está cotado muito abaixo de seu recorde histórico de preço registrado há 7 anos.

Essa derrocada das ações das fintechs brasileiras se tornou tendência no ano passado diante do aumento da concorrência e de mudanças no marco regulatório do setor. O lançamento do Pix, um sistema eletrônico de pagamentos e transferências instantâneos, também representou um duro golpe para o setor. A percepção dos investidores é que as líderes do setor – Stone, PagSeguro e Cielo – ainda não conseguiram se adaptar a um mercado em transformação.

Comparação com as criptomoedas

Embora os criptoativos não sejam concorrentes diretos do modelo de negócios destas empresas, a crescente adoção por parte da população brasileira representa um desafio adicional às empresas do setor.

A título de comparação, os principais criptoativos em termos de capitalização de mercado também estão no vermelho até agora este ano. Porém registram perdas menos substanciais. Desde o começo do ano, o Bitcoin (BTC) caiu 16,6%, enquanto o Ethereum (ETH), perdeu 30% em valor de mercado.

Já o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), primeiro ETF de criptomoedas lançado no Brasil e que é o segundo maior fundo de índice em termos volume de negociação atualmente na B3, acumula 30% de desvalorização desde o começo deste ano.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, apesar do prejuízo acumulado desde o início do ano o Bitcoin foi o melhor investimento do mês de fevereiro no mercado brasileiro, tendo registrado uma alta de 8%.

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