Banco Central do Brasil trabalha para que Real Digital funcione sem precisar de internet

O Banco Central do Brasil, BC, anunciou que está trabalhando em ferramentas para que o Real Digital, Moeda Digital que o BC pretende lançar, em versão de testes, já no ano que vem, possa funcionar offline

O Banco Central do Brasil, BC, anunciou que está trabalhando em ferramentas para que o Real Digital, Moeda Digital que o BC pretende lançar, em versão de testes, já no ano que vem, possa funcionar offline.

Para tanto o BC promoverá na próxima quinta-feira, 9/9, das 11h às 12h, o webinar “Operações Offline”, o terceiro da série “O Real Digital”, com transmissão pelo Canal do BC no YouTube. Ao todo, serão realizados sete encontros até o final de novembro.

O objetivo do BC com o Webinar é pegar o feedback de especialistas e da sociedade sobre as possibilidades do Real Digital e como as ferramentas tecnologicas podem ajudar a aperfeiçoar o CBDC brasileiro.

Participam da mesa redonda Tanja Hessdörfer, diretora de Desenvolvimento de Negócios em Moedas digitais na G+D Currency Technology, Michael Wagner, sócio da Oliver Wyman, e Harish Natarajan, especialista do Setor Financeiro do Grupo de Desenvolvimento de Sistemas de Pagamentos do Banco Mundial. 

A moderação do painel ficará a cargo do chefe de gabinete da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Ricardo Mourão.

Real Digital

O economista e responsável pelo projeto do Real Digital dentro do BC, Fabio Araujo, revelou recentemente que o Real Digital será uma espécie de token nativo de um grande ecossistema de informação e tecnologia financeira que foi inaugurado com o Pix, terá seu crescimento com o Open Banking e verá sua maturidade com o CBDC.

Portanto, o Banco Central mira com o Real Digital justamente permitir a construção ou interligação do sistema financeiro nacional com as finanças descentralizadas (DeFi) e com os contratos inteligentes (smart contracts) que são, na sua opinião, as grandes contribuições do ecossistema do Bitcoin (BTC) e das criptomoedas.

“Nós vemos este mercado de Defi que está surgindo e que trás uma nova maneira de apresentar serviços financeiros que pode ser muito mais adequado para a população. Você têm uma facilidade de manipulação de contratos nesse ambiente que você não tem no ambiente bancário tradicional”, disse.

Segundo Alan Kardec, CSO da Blockchain One, o Real Digital tará muitas mudanças para o sistema financeiro nacional.

“Vemos o Real Digital como uma inovação que trará mudanças de longo alcance em todos os setores da economia brasileira. Não somente pelo aspecto tecnológico, que acreditamos evoluir para uma rede blockchain onde ele possa trafegar, mas pela forma de como os meios de pagamentos e as relações entre os serviços financeiros e os consumidores irão se desenvolver. As moedas digitais emitidas por um banco central (CBDC) poderão contribuir para um sistema monetário aberto, seguro e competitivo que apoia a inovação e atende ao interesse público”, disse.

Ainda segundo ele, a possibilidade de união entre o CBDC e as criptomoedas vai criar uma revolução no mercado financerio.

“Contudo, não deixamos de notar o crescente ambiente das finanças descentralizadas (DEFI), que em algum momento, também poderão interagir com os meios de pagamentos em Real Digital. Inclusive, para dar uma maior liquidez às criptomoedas alternativas ao Bitcoins (altcoins), assim como para as stablecoins (criptomoedas pareadas a moedas fiduciárias). Neste sentido, não vemos com maiores preocupações todas as movimentações em torno de modelos regulatórios, pelo contrário, acreditamos quem em alguma medida, a interoperabilidade possibilitará, não só uma relação centralizada entre bancos tradicionais, mas, um novo caminho para a popularização da utilidade de criptomoedas por brasileiros”, finalizou.

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