Brasil bate novo recorde na produção de energia renovável e pode ser novo destino para mineradores de Bitcoin

Brasil pode ser um dos principais destinos para mineradores de Bitcoin, aponta especialista

O Brasil produziu quase 70 mil megawatts médios nos primeiros meses deste ano e 94% desta energia elétrica foram geradas por fontes renováveis. Segundo levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, CCEE, este é o maior índice de participação de energia limpa na matriz energética do país nos últimos 10 anos.

A maior parte foi gerada pelas hidrelétricas (77%), seguidas das usinas eólicas (12%), solares (3%) e biomassa (2%).

“Estamos chegando ao final do período úmido com níveis confortáveis nos reservatórios de água do país e com boa representatividade das fontes alternativas, que ajudam a complementar a oferta de energia. Será um ano sustentável, no que diz respeito aos ganhos para o meio ambiente, e muito mais confortável do ponto de vista segurança no fornecimento para a população”, avalia Rui Altieri, presidente da CCEE. 

O cenário favorável para a geração hídrica ainda permitiu ao Brasil exportar 1.445 MW médios para a Argentina e Uruguai no primeiro trimestre, volume recorde na história das negociações de energia com os países vizinhos.

Uma boa parte foi enviada pelo mecanismo de Energia Vertida Turbinável (EVT), uma operação lançada recentemente com o apoio da CCEE para otimizar o uso de recursos hídricos. 

Mineradores de Bitcoin

Para o especialista em mineração de Bitcoin, Alex Ferreira, o Brasil tem um grande potencial para se tornar um centro de mineração de criptomoedas. Segundo ele, a abertura do mercado de energia no país tem contribuído para o crescimento da indústria, tornando-a mais lucrativa e atraente para investidores em busca de novas oportunidades de negócio.

Além disso, a abundância de recursos naturais, as condições climáticas favoráveis e os baixos custos de eletricidade em diversos estados no país, colocam o Brasil em uma posição de destaque.

Ferreira destacou que a liberalização do mercado de energia no Brasil permite a escolha de fornecedores de energia e a negociação de preços, tornando a mineração mais lucrativa, especialmente para aqueles que utilizam equipamentos intensivos em energia, como ASICs de mineração de Bitcoin.

Essa abertura no mercado resultou em uma redução significativa nos custos de energia, tornando a mineração no Brasil mais competitiva em relação a outros países.

Comparando o Brasil com os Estados Unidos, Ferreira apontou que a indústria de criptomoedas nos EUA enfrenta desafios como possíveis regulamentações mais rígidas e altos custos de energia, enquanto no Paraguai, novas regulamentações e questões de corrupção têm deixado os investidores cautelosos.

“Além disso, a infraestrutura limitada e a economia relativamente pequena do Paraguai em comparação com outros países da região têm dificultado a obtenção de equipamentos e serviços necessários para a mineração de criptomoedas. Esses fatores tornaram difícil para a mineração no Paraguai prosperar e competir com outros países da região”, disse.

Alex Ferreira acredita que a liberalização do mercado de energia no Brasil, os incentivos fiscais para mineradoras que utilizam fontes de energia renovável e os benefícios fiscais de importação de equipamentos de mineração tornam o país mais atraente para investidores que desejam ingressar na indústria de mineração.

Além disso o especialista argumenta que o Marco Legal das Criptomoedas, que já foi aprovado no país e deve ter seu decreto publicado ainda no primeiro semestre estabelece regras claras para um mercado que vem enfrentando problemas regulatórios em outras nações como EUA, China e muitos países da Europa.

“É claro que o Brasil tem o potencial de se tornar um líder global na mineração de cripto ativos, e com as políticas e iniciativas adequadas, esse potencial pode ser realizado nos próximos anos”, concluiu.

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