Brasil integra grupo da ONU que pede ‘padrão’ global de blockchain no campo
Organização da ONU voltada para agricultura deve implementar plataforma conjunta com o uso de blockchain para o ajudar produtores rurais no Brasil e em todo o mundo
O Brasil e mais 73 países planejam lançar pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), um conjunto de diretrizes para o uso de blockchain no setor agrícola.
Desta forma, segundo o jornal Valor, a intenção da FAO é lançar uma plataforma internacional com diretrizes para equilibrar os benefícios e possíveis impactos negativos do uso dessas tecnologias no campo.
Segundo a FAO o objetivo da plataforma é atuar como uma espécie de ‘manual de boas práticas’ ajudando reguladores e empresas a trilhar seu caminho e não ser uma regulamentação internacional.
A publicação destaca que a proposta vem sendo debatida desde o ano passado e ganhou corpo em 2020 sendo abraçada pela Organização Mundial de Agricultores (WFO), empresas de tecnologia como IBM e Microsoft e pelo próprio diretor geral da FAO, QU Dongyu.
“Ferramentas algorítmicas que usam inteligência artificial devem ser guiadas pelos direitos humanos e princípios de saúde animal, bem como por considerações relativas ao meio ambiente, biodiversidade e segurança alimentar”, destacou Dongyu.
Ainda segundo a FAO as novas tecnologia e o uso de blockchain podem tornar a agricultura mais produtiva, sustentável e eficiente.
Desta forma, gerando impacto na redução da pobreza e criando novas oportunidades de negócios, embora ainda existam desafios regulatórios importantes principalmente no âmbito de privacidade de dados dos produtores.
“A internet das coisas gera uma série de informações que podem ser armazenadas e analisadas para suportar o avanço da inteligência artificial. O blockchain traz ganhos de segurança nas transações ao longo da cadeia. Somos a favor da inovação, da tecnologia, do Big Data, mas estamos cientes também da importância do papel de controle das instituições e governos”, afirmou Maximo Torero-Culler, economista-chefe da FAO.
A plataforma deve entrar em operação no ano que vem embora a FAO não tenha fornecido um prazo para o início das operações e nem como os governos terão acesso ao sistema.
FAO
O uso de blockchain e novas tecnologias vem sendo debatido há tempos na FAO.
No início do ano por exemplo um artigo da FAO explora o uso de blockchain no fornecimento de rastreabilidade para cadeias de abastecimento de frutos do mar.
O estudo, “Aplicações Blockchain em cadeias de valor de frutos do mar” , “estabelece a rastreabilidade da cadeia como o substrato sobre o qual as soluções digitais precisam operar”.
O artigo fornece uma introdução à tecnologia, discute o uso de “contratos inteligentes” e “examina as principais considerações operacionais e de desenvolvimento para aplicativos de blockchain”.
“Barreiras de idioma e tecnológicas têm impedido o uso de sistemas eletrônicos padronizados para rastreabilidade ponta a ponta nas cadeias de abastecimento. Além disso, a escala varia muito entre eles; portanto, uma solução pode não funcionar melhor para todas as empresas em uma cadeia de abastecimento. Além disso, , os sistemas técnicos precisam ser funcionais e atualizados para atender às necessidades de rastreabilidade entre as jurisdições “, sugere o estudo da FAO.
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