Brasil ‘não tá nem ai’ para o The Merge e fica de fora de ranking de países mais atentos ao hard fork no Ethereum

Levantamento do CoinGecko aponta que o Brasil está fora do ranking dos países mais interessados com a ativação do The Merge no Ethereum

O Brasil ficou de fora de um ranking organizado pelo CoinGecko sobre os países mais interessados pelo The Merge, no Ethereum. O levantamento foi realizado com base em dados do Google Trends e as pesquisas realizadas termos relacionados ao The Merge.

Os termos foram então combinados para dar a cada país uma “pontuação total de pesquisa” para descobrir quais países foram os mais interessados ​​no Merge após a ativação com sucesso do hard fork, Gray Glacier, em 30 de junho de 2022.

Com uma pontuação total de pesquisa de 377, Cingapura lidera entre os países mais interessados no mundo sobre o The Merge. A nação teve a pontuação mais alta no total e nos termos ‘Ethereum Merge’, ‘ETH Classic’ e ‘Ethereum’.

O levantamento aponta que Suíça e Canadá empatam, ambos em segundo lugar com uma pontuação total de pesquisa de 286 cada. Enquanto a população da Suíça tem o maior número de pesquisas por ‘ETH’ e ‘ETH Merge’, o Canadá ocupa a posição mais alta globalmente para o termo ‘ETH PoW’, uma abreviação do mecanismo de consenso Ethereum Proof of Work.

Alemanha, Estados Unidos e Turquia veem os níveis de pesquisa mais altos para o termo ‘Ethereum PoW’ (Ethereum Proof of Work), e Holanda e Austrália ocupam o terceiro e quarto lugar nos níveis de pesquisa para ‘ETH Merge’. Esses países, juntamente com Cingapura e Suíça, contribuem para os níveis de pesquisa em todo o mundo para ‘Ethereum Merge’ e ‘ETH Merge’ e representam 16% da pontuação total de pesquisa do estudo.

Entre esses 8 principais países, as pesquisas relacionadas a ‘Proof of Work’ são 169% maiores do que as pesquisas relacionadas a ‘Proof of Stake’, e as pesquisas ‘Ethereum’ e ‘ETH’ são 40% maiores do que ‘Ethereum Classic’ e ‘ETH Classic ‘.

“A expectativa para a fusão está em alta, pois seus efeitos se espalharão por todo o ecossistema de criptomoedas. Os 8 principais rankings desta lista parecem abranger países com fortes comunidades Ethereum, o que pode explicar suas altas pontuações de pesquisa neste estudo”, destacou Bobby Ong, COO e cofundador da CoinGecko.

The Merge

Desde sua criação, o ETH utiliza um padrão similar ao do Bitcoin, o Proof-of-Work, ou PoW, um algorítimo que gera automaticamente novas criptos ao ecossistema da moeda. Esse sistema permite que usuários utilizem a mineração na rede blockchain para receber recompensas na moeda.

Basicamente o The Merge é a mudança desse modelo para o Proof-of-stake, ou PoS onde os blocos na rede blockchain são gerados pela própria moeda; esse sistema é similar ao utilizado na Cardano (ADA). Nesse novo modelo, o método para processar as transações funciona de modo aleatório e os usuários que possuem a moeda validam as transações de outros negociadores.

Como explica César Felix é gerente de Customer Experience da NovaDAX, dentro desse sistema, o bloco não é minerado, ele é construído. A mudança está programada para ser implementada no dia 15 de setembro.

Felix aponta que o The Merge vem sendo desenvolvido desde sua criação em 2015 já teve sua data adiada várias vezes, mas desta vez ele realmente vai acontecer e seu impacto no mercado será grande já que depois da fusão não será mais possível minerar ETH.

“A promessa do novo Ethereum é reduzir o consumo de energia elétrica gasto na mineração da moeda, mudar o algoritmo de consenso, diminuir o congestionamento da rede e aumentar a segurança, ou seja, em apenas uma movimentação a plataforma acabará com alguns de seus gargalos”, disse.

Ainda segundo ele, o Ethereum pós The Merge promete ser o ativo mais eficiente em consumo energético, no sistema PoW o gasto com energia diminuirá cerca de 99%. Moedas que utilizam o modelo de mineração demandam enormes quantidades de energia elétrica, além de gerarem muitos gastos com dispositivos de hardware e equipamentos eletrônicos. Além disso, os custos ambientais para se manter uma operação de mineração são muito grandes e dispersam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera.

“No entanto, das mudanças anunciadas sentiremos de imediato o impacto da taxa de emissão da moeda que irá diminuir, tornando a ETH um ativo deflacionário. O fato é que o ETH é o principal ativo do momento e vem tendo uma performace muito superior ao Bitcoin. A fusão irá trazer mais confiança ao mercado e como a criptomoeda se tornará deflacionária, consequentemente o preço irá subir”, afirma.

Ele também destaca que a emissão de novos ETH vai cair daqui para frente, como não será mais necessário a mineração por computadores, os traders terão que acumular ativos para serem recompensados, ou seja, serão queimados mais ETH do que emitidos, por isso a expectativa é de uma grande alta após o The Merge.

“Ainda existem algumas perguntas a serem respondidas na atualização, mas as mudanças no projeto da cripto são profundas e a longo prazo irão gerar uma alta importante no preço do ETH. O Merge não vai apenas afetar a segunda maior criptomoeda do mundo, mas também o criptoespaço como um todo”, finaliza.

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