Ambiente regulatório de cripto do Brasil está impulsionando a competitividade, afirma CEO da Coinext
O maximalista de Bitcoin José Ribeiro, CEO da exchange de criptomoedas Coinext, conversou com o Cointelegraph no Web Summit sobre o cenário das criptomoedas no Brasil.
Criptomoedas podem estar “fora de moda”, mas ainda atraem novos usuários para a Web3 diariamente — especialmente em mercados emergentes como o Brasil — de acordo com o maximalista do Bitcoin, José Ribeiro, CEO da exchange de criptomoedas Coinext.
Durante a Web Summit em Lisboa, Ribeiro discutiu com Joe Hall do Cointelegraph sua perspectiva sobre o Bitcoin (BTC), a vibrante economia cripto do Brasil, e como a clareza regulatória impulsionou a concorrência no setor de pagamentos do país.
Segundo Ribeiro, o volume de transações de Bitcoin no Brasil alcançará um nível recorde em 2023, à medida que mais exchanges globais de cripto estabelecem operações lá, como a Binance, OKX e Coinbase.
“A competitividade aumentou consideravelmente, o que faz parte do negócio do ponto de vista da adoção de cripto. O país tem uma história com inflação, e vejo que as taxas de juros vão cair no próximo ano com certeza, e vamos ter outro ciclo”, disse Ribeiro.
A taxa básica de juros no Brasil está atualmente em 12,25%, abaixo de 12,75%, e pode chegar a 9,25% até dezembro de 2024, segundo uma pesquisa recente do banco central local.
Junto com as taxas de juros mais baixas no Brasil, fatores globais, como a aprovação de um fundo negociado em bolsa (ETF) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos e o halving do Bitcoin, são esperados para afetar os preços. No entanto, a comunidade cripto deve se concentrar em fundamentos em vez de movimentos de preço, de acordo com Ribeiro.
“As pessoas só ouvem falar sobre o Bitcoin quando o preço está atingindo recordes históricos, certo? […] Mas as pessoas não falam muito sobre fundamentos, e os fundamentos não mudaram desde a sua criação.”
Além disso, Ribeiro enfatizou a importância de frameworks regulatórios para impulsionar a inovação no país. “Estamos muito avançados em termos de formas de cumprir com as autoridades fiscais”, disse Ribeiro, referindo-se aos relatórios mensais apresentados às autoridades fiscais locais sobre transações realizadas nas exchanges.
De acordo com o CEO da Coinext, os reguladores brasileiros estão dispostos a engajar-se em discussões sobre cripto e pagamentos:
“Eles [reguladores do Brasil] entendem sobre cripto, entendem sobre os riscos do nosso negócio, o que é bom. Não direi que a regulamentação é boa, mas de alguma forma é necessária porque definitivamente queremos algumas regras para sermos competitivos no mercado, pois estamos competindo com empresas fora do Brasil, que não estão pagando impostos, então não estamos competindo da mesma maneira.”
Nos últimos anos, o banco central do Brasil implementou o sistema de pagamentos instantâneos Pix, que permite pagamentos instantâneos entre indivíduos e empresas. Para transações Pix, os usuários só precisam da chave identificadora do destinatário do Pix, como um número de identificação, um número de celular ou até mesmo um endereço de e-mail.
O país também está trabalhando em sua moeda digital de banco central, conhecida como DREX, que deve estar disponível no próximo ano. “Isso vai colocar o Brasil em outro nível em termos de adoção de Blockchain, em termos de uso de blockchain como infraestrutura para toda a indústria do mercado financeiro”, observou Ribeiro.
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