BNDES cria fundo de investimentos em Internet das Coisas; aportes podem ultrapassar R$ 80 milhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a criação de um fundo voltado exclusivamente a investimentos em projetos IoT (Internet das Coisas). Segundo publicação do órgão no dia 17 de dezembro, o fundo pode ultrapassar R$ 80 milhões.

De acordo com a instituição, o fundo, específico para  pequenas e médias empresas, será administrado por sua subsidiária integral BNDESPar — o braço investe diretamente em empresas, como por exemplo, comprando ações.

Conforme edital, o fundo vai contar com a Qualcomm Ventures, que também é braço de investimentos do grupo americano Qualcomm Incorporated e que possui escritório em São Paulo.

Portanto, após a seleção já anunciada em edital, as instituições vão dar início a um Fundo de Investimento em Participações (FIP) na categoria ‘Capital Semente’, diz a publicação.

“A BNDESPar poderá aportar até R$ 40 milhões, com o limite de até 25% do capital comprometido total do fundo, e a Qualcomm Ventures manifestou interesse de investir o mesmo volume de recursos”, escreveu o órgão.

Logo, se ambas instituições aportarem o mesmo valor, o Fundo já poderia contar com pelo menos R$ 80 milhões. Contudo, após o edital de chamada e a seleção, o montante poderá ser bem maior.

Fundo BNDES para Internet das Coisas

O período de investimento no fundo BNDES para Internet das Coisas será nos primeiros cinco anos. O prazo de duração foi estabelecido em 10 anos, prorrogável por mais 24 meses, diz a publicação.

O ‘Plano Nacional de Internet das Coisas’ foi criado em 25 de junho deste ano através de Decreto da Presidência nº 9.854. A ação, contudo, foi fundamentada em uma Portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). 

O documento de 13 de novembro de 2018 regulamentou o uso de recursos da Lei de Informática em Fundos de Venture Capital. Esses recursos, portanto, poderão ser utilizados como referência norteadora para a atuação do Fundo, escreveu o BNDES.

Seleção BNDES 

De acordo com o BNDES, as propostas serão avaliadas de acordo com critérios definidos no Edital de Chamada Pública. Um deles é o histórico da empresa bem como de seus gestores.

Fora isso, equipe, estratégia de prospecção, metodologia, captação e custos do fundo, também serão avaliados. O patrimônio mínimo das empresas interessadas também tem que ser no mínimo R$ 120 milhões, diz o edital.

Ainda de acordo com o BNDES, as propostas de Fundos deverão ser encaminhadas à BNDESpar até o dia 07.02.2020, na forma disposta na publicação.

O processo seletivo contará com três fases: eliminatória; classificatória; apresentações orais e seleção final. 

BNDES e blockchain

O BNDES tem promovido várias ações acerca da tecnologia blockchain, que integra várias projetos Iot.

Em outubro, em parceria com o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio), o BNDES viabilizou no Rio de Janeiro o II Fórum BlockchainGov.

O evento foi focado nos principais desafios para que a tecnologia blockchain passa a ser um dos pilares de aceleração da transformação digital dos governos.

Desde o ano passado, também, o órgão vem trabalhando em uma ferramenta via blockchain com o objetivo de ampliar a transparência nas operações financeiras.

O projeto de token do órgão, por exemplo, o BNDESToken — criado na rede Ethereum — visa a transparência em empréstimos feitos a ONGs ambientais e patrocínios culturais.


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