Faraó dos Bitcoins supera deputado eleito no RJ, mas é impugnado e partido não consegue quociente eleitoral

Glaidson conquistou quase 38 mil votos e tenta reverter indeferimento no TSE, mas não conseguirá vaga em Brasília por falta de votos do DC.

Eleito deputado federal no último dia 2 de outubro para ocupar uma das 46 cadeiras destinadas ao estado do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), Sargento Portugal foi o menos votado entre os vitoriosos que disputavam a corrida eleitoral, já que o candidato do Podemos obteve 33.368 votos, bem menos do que o suplente mais bem votado, Luís Gomes, do Republicanos, que emplacou 57.670 votos e ficou de fora, pelo menos por enquanto, segundo os dados do aplicativo de resultados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O que separa Sargento Portugal e Luís Gomes é uma conta chamada quociente eleitoral, que é a divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras destinadas ao estado, que, no caso do Rio de Janeiro, representou cerca de 186 mil votos que os partidos e as federações partidárias (união de dois ou mais partidos) precisavam atingir para a conquista da primeira vaga. 

Esta matemática também envolve uma porção de sorte, porque algumas combinações podem favorecer a vitória de candidatos com votações mais modestas, como Sargento Portugal, o mais votado do partido dele, e, por outro lado, desfavorecer candidatos mais bem votados, como Luís Gomes, que disputou votos com colegas de partido que obtiveram ainda mais votos do que ele e ocuparam as vagas conquitadas pela sigla.

Por outro lado, Luís Gomes e outros suplentes ainda têm chances de ocupar uma cadeira por algum motivo que acarrete o afastamento do titular da vaga. Possibilidade que  não tem Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins“, preso desde agosto do ano passado na Operação Kryptos sob a acusação de comandar um esquema de pirâmide financeira baseada em criptomoedas pela empresa GAS Consultoria.

Candidato a deputado federal pelo Democracia Cristã (DC), Glaidson teve o nome barrado pela Justiça Eleitoral no último dia 12 de setembro com base na  Lei da Ficha Limpa (LC 64/90) e outros fundamentos constitucionais, decisão que pode ser revertida por instâncias superiores, como o TSE e o Superior Tribunal Federal (STF).

Caso o Faraó dos Bitcoins consiga reverter judicialmente os efeitos de indeferimento de sua candidatura, o candidato a deputado federal do DC mais bem votado no estado do Rio de Janeiro terá seus 37.935 votos validados. O que não mudará a sorte de Glaidson em relação à sua pretensa vaga na Câmara dos Deputados, já que o DC não conseguiu atingir os 186 mil votos de quociente eleitoral por meio do somatório dos votos de seus candidatos e os votos na sigla partidária (DC). Tanto que o segundo candidato mais bem votado do partido, Claudinho do Som, não passou dos 1.395 votos. 

Quem não foi candidato, mas também enfrenta problemas com a Justiça por suposto esquema de pirâmide financeira baseada em criptomoedas é Francisley da Silva, o ‘Sheik dos Bitcoins’, investigado por fraudes de R$ 4 bilhões e alvo da Operação Poyais, que apreendeu ouro, dinheiro vivo e artigos de luxo, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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