Staking de Ether via Mercado Bitcoin chega a mais de R$ 6 milhões bloqueados, com rendimentos de 7% ao ano
Serviço lançado há pouco mais de um mês recebeu grande adesão dos clientes da exchange brasileira detentores de Ether, afirmou Fabrício Tota, diretor de novos negócios do MB.
Em um momento marcado pela fuga de ativos digitais de exchanges centralizadas para soluções de autocustódia motivada pela falência da FTX, o Mercado Bitcoin (MB) atingiu a marca de R$ 6,3 milhões bloquedos em Ether (ETH) em seu serviço de staking. O montante equivale a aproximadamente 950 ETH na cotação desta terça-feira, 13.
Lançado no início de novembro, praticamente no mesmo momento em que tinha início o drama da FTX, o serviço de staking de ETH do MB permite que os usuários depositem o token – ou frações dele a partir do valor mínimo de R$ 10 – em um “pool” administrado pela exchange brasileira em trocas de rendimentos estimados em 7% ao ano.
Cabe então a exchange, através de um prestador de serviços parceiro, delegar esse montante divividido em porções de 32 ETH para validadores da Ethereum na Beacon Chain, contribuindo para segurança da rede e gerando renda passiva aos depositários.
Na prática, a exchange atua como uma intermediária entre os seus clientes e a blockchain da Ethereum, uma vez que é necessário um conhecimento técnico relativamente avançado para atuar como um validador da rede líder de contratos inteligentes de forma autônoma.
Ao optar por depositarem seus ETH no serviço de staking do MB, os usuários abrem mão da liquidez dos ativos por um período, a princípio, indeterminado, visto que os tokens bloqueados em staking na rede só poderão ser resgatados após a implementação da atualização Shangai.
Embora os desenvolvedores da Ethereum tenham anunciado na semana passada que o próximo hard fork da blockchain está programado para ocorrer até março do ano que vem, não se deve desconsiderar a possibilidade de que haja algum atraso, dado o histórico de evolução e desenvolvimento da rede.
O diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, Fabrício Tota, declarou ao Valor Econômico que os clientes da exchange detentores de ETH foram receptivos ao novo serviço. Ele também explicou que a administração do serviço é prestada por um parceiro e que os detentores originais dos tokens têm sua propriedade reconhecida nos próprios nós da Ethereum.
Assim, caso o administrador do pool apresente algum tipo de problema, a própria rede reconhece quem são os titulares dos ativos digitais, garantiu Tota.
O cuidado se justifica depois que diversas entidades centralizadas apresentaram problemas de liquidez e insolvência que, em alguns casos, resultaram em falência diante das condições desfavoráveis do mercado impostas por um rigoroso inverno cripto associado a um excesso generalizado de alavancagem.
Desde o colapso da FTX no início de novembro, exchanges globais como a Crypto.com e agora a Binance viram seus clientes efetuarem saques massivos de ativos digitais de suas contas para dispositivos de autocustódia.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil, logo após o pedido de falência da FTX, os saques de exchanges atingiram máximas históricas à medida que os investidores optavam por fazer a própria custódia de seus ativos digitais.
A tendência se acentuou ao longo de novembro e no final do mês, o total de Bitcoins mantidos em exchanges atingiram mínimas que não eram registradas desde dezembro de 2017.
Entre os planos do MB para 2023, constam a criação de um mecanismo para oferecer liquidez aos usuários que mantêm seus ETHs bloqueados no serviço de staking da exchange, além da possibilidade de oferecer o mesmo tipo de serviço para outros tokens cujo mecanismo de consenso funciona através de Prova-de-Participação (PoS), como Cardano (ADA) Solana (SOL) e Polygon (MATIC).
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