Bitcoin Banco vai renegociar valores e chama lucros na plataforma de ‘benefícios’

Prestes a completar quatro meses de crise, o grupo Bitcoin Banco anunciou mais uma tentativa de solucionar o problema. Agora a ideia da empresa é renegociar o dinheiro que os clientes tinham nas plataformas.

Conforme divulgado nesta sexta-feira, “todos saldos referentes aos benefícios de lucros serão negociados caso a caso”.

Está é uma das regras da plataforma NegocieCoins PRO, prevista para entrar em operação no domingo (08). Além disso, diz a nota, serão migrados os saldos de aportes de origem externa dos clientes que que nunca sacaram e que fizeram saques parciais.

Isso coloque em xeque o dinheiro feito com os chamados giros, também apelidados de giropetas. Por meio desse sistema, os usuários compravam em vendiam na TemBTC e NegocieCoins (por um breve período também na Bat Exchange) através de um sistema interno chamado Fort Knox.

Por um motivo nunca claramente explicado, o Bitcoin era sempre mais caro na NegocieCoins do que na TemBTC, o que possibilitava ganhos de até 10% ao dia. Esses grandes saldos acumulados na plataforma, mais tarde foram apelidados — e comercializados — de bitcraudios, referência ao fundador da empresa, Claudio Oliveira.

Um usuário com que possuía grande capital na empresa disse à reportagem que o comunicado mostra que quem teve lucro fazendo operações na plataforma não receberá.

“É complicado, o GBB praticamente assume com todas as palavras que era uma plataforma na qual as pessoas faziam investimento; não trade”, disse.

Outro cliente da empresa, que pediu para não ser identificado, está desacreditado:

“No início de agosto, participei de uma reunião na sede do GBB. Lá, o Claudio pediu 15 dias para conseguir organizar e voltar o fluxo de pagamentos da empresa. Nós demos 30. Chegamos agora quase ao final do prazo acordado e a empresa não fez nada além de uma plataforma nova e uma nova fila para revalidação dos cadastros. Como sempre feito pela empresa, o prazo não foi cumprido”.

Limites de saques

Como no início da crise, a empresa afirma que haverá a partir de agora uma restrição mensal para os saques: R$ 5 mil por mês e 1 BTC.

“Os limites de saques poderão ser ajustados, desde que haja apresentação de comprovante de renda para aumento de limite em BRL e apresentação de Declaração de Imposto de Renda que conste bitcoins declarados para aumento de limite em BTC”, diz a nota.

Além disso, os cadastros serão revalidados e, em caso de inconsistências, a empresa promete entrar em contato com os clientes para confirmar os dados e, se necessário, pedir novos documentos.

Por fim, há aviso de que os saques em BRL serão feitos por uma empresa que não faz parte do grupo.

Bitcoin Banco na Câmara

Recentemente, o Bitcoin Banco foi classificado como “tudo de ruim que está acontecendo no mercado brasileiro” em uma audiência pública na Câmara dos Deputados durante um debate sobre regulação de criptomoedas.

Leonardo Cordouro e Jorge Luís Fayad, diretor jurídico e consultor jurídico do grupo Bitcoin Banco, respectivamente, haviam sido convidados para participarem, mas não estavam presentes. Ao comentar a ausência, o deputado Expedito Netto (PSD/RO) comentou:

“O Bitcoin Banco é tudo que a gente tem de ruim que está acontecendo no mercado de moedas digitais no Brasil hoje. O Bitcoin Banco está com o dinheiro de várias pessoas que investiram nessa empresa e que estão com o dinheiro preso”.

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