Bitcoin avança para maior nível em 12 meses
A Bitcoin subiu para o nível mais alto em um ano, estendendo um período de ganhos no qual as cotações mais do que dobraram desde março.
A criptomoeda mais negociada do mundo chegou a avançar 10% na segunda-feira em relação ao preço do fechamento de sexta. Outras criptomoedas também começaram a semana com valorização: o Litecoin subiu quase 9% e o Ether, o segundo maior token digital, avançou 6%.
Os investidores de criptomoedas estão animados com uma série de notícias recentes que mostram um maior interesse por esses ativos entre grandes empresas. A Fidelity Investments está no estágio final de um plano para comprar e vender o ativo digital para clientes institucionais, e a E*Trade Financial tem tudo pronto para permitir operações com criptomoedas. A AT&T disse que vai permitir a utilização do sistema de pagamentos BitPay para que clientes paguem contas on-line.
A Bitcoin acumula ganhos de quase 70% este mês, apesar de preocupações de estrategistas do JPMorgan Chase de que o preço da criptomoeda pode ter subido além de seu “valor intrínseco” – um conceito que nem todos concordam que se aplica a uma moeda digital.
“Mais fácil de gastar significa um ’case’ de maior uso e um maior nível de adoção”, escreveu Mati Greenspan, analista sênior de mercado da eToro, em relatório na sexta-feira. “O ponto de inflexão deve estar muito próximo agora.”
O impressionante desempenho da Bitcoin este ano segue uma forte tendência de baixa que durou a maior parte de 2018 e fez a moeda digital despencar mais de 70%. Investidores que apostam na moeda acreditam que o período de valorização poderia continuar se mais instituições lançarem suas próprias criptomoedas ou projetos com a tecnologia blockchain.
Mas as perdas do mercado de criptomoedas ainda não foram esquecidas por muitos investidores e nem todos apostam que os ativos digitais vão se tornar tão amplamente aceitos quanto os entusiastas esperam. Há sinais de que o rali está avançando muito rápido, escreveu em relatório o analista Mike McGlone, da Bloomberg Intelligence. As transações com criptomoedas, por exemplo, têm ficado aquém do rali mais amplo, indicando cautela para uma maior valorização dos preços, disse.
“Isso ainda é o degelo do inverno das criptomoedas”, disse David Tawil, presidente do hedge fund ProChain Capital. “Ainda pode haver outra retração antes dos fundamentos realmente dominarem, com especuladores e fraudes sendo eliminados.”