Empresas de capital aberto já acumulam mais de R$ 85 bilhões em bitcoin

O crescimento do mercado de criptoativos, liderado pelo bitcoin e sua adoção como reserva de valor, trouxe consigo o interesse de grandes empresas pelo setor e o volume de bitcoin alocado nos portfólios de empresas de capital aberto atingiu um novo recorde nesta semana. Atualmente, já são mais de 15 bilhões de dólares (quase 85 bilhões de reais) em bitcoin nos cofres de empresas listadas em bolsa, ou mais de 230 mil bitcoins, segundo dados do BeInCrypto.

Há pouco mais de um ano, esse número era quase zero, e começou a crescer com os investimentos da MicroStrategy, comandada por Michael Saylor, que hoje lidera a lista das empresas de capital aberto que mais possuem bitcoin no seu balanço patrimonial. Pioneira no investimento em criptomoedas, a empresa de software tem 114.042 bitcoins.

O segundo lugar é da Tesla, que em fevereiro comprou o equivalente a 1,5 bilhão de dólares na criptomoeda. Após algumas vendas e uma enorme alta no preço do ativo, a fabricante de carros elétricos comandada por Elon Musk soma 42.902 bitcoins, equivalentes a 2,8 bilhões de dólares, ou quase o dobro do valor inicialmente investido.

A lista de empresas cujas ações são negociadas em bolsa e que têm bitcoin em seus balanços patrimoniais inclui a corretora Coinbase, a gestora Galaxy Digital e o MercadoLivre, entre várias outras. A fintech Square, que é comandada pelo CEO do Twitter, Jack Dorsey, comprou inicialmente 4.709 bitcoins a 50 milhões de dólares. Depois, aumento sua exposição para 8.027 bitcoins, hoje avaliados em mais de 520 milhões de dólares.

Inicialmente considerado um movimento controverso, a compra de bitcoin por grandes empresas tem se tornado cada vez mais comum, e o lucro obtido pela Tesla e pela Square e a valorização da MicroStrategy, cujas ações saltaram de 150 para mais de 850 dólares, mostram que a decisão, pelo menos por enquanto, foi acertada.

Apesar dos números chamativos, o total de bitcoins em posse de empresas de capital aberto ainda é pequeno quando comparado com outras classes de ativos comuns nos balanços financeiros das empresas e até em relação ao total de bitcoins em circulação. Hoje, são cerca de 18,8 milhões de bitcoin em circulação, do total máximo de 21 milhões que poderão existir – ou seja, cerca de 1,3% está em posse de empresas listadas em bolsa.

Fundos e ETFs tem participação ainda maior

Não são apenas as empresas listadas em bolsa que têm demonstrado interesse pelo bitcoin. Bancos, gestoras e corretoras também criaram uma série de produtos com a criptomoeda, como fundos e ETFs, que acumulam uma quantidade muito mais significativa do ativo digital.

Apenas a Grayscale, com o seu fundo Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), que pretende se transformar em um ETF, soma 654.600 bitcoins – é a maior custodiante de bitcoin do mundo. A Block.One soma outros 140.000 bitcoins.

No Brasil, fundos e ETFs de criptoativos também acumulam grandes quantidades da criptomoeda. A QR Asset Managament, por exemplo, tem 1.218 bitcoins, somadas as exposições dos seus fundos e do ETF QBTC11, o que equivale a quase 450 milhões de reais. Já a Hashdex, que recentemente passou a marca de 1 bilhão de dólares em ativos sob sua gestão, tem mais de 4.841 bitcoin apenas no HASH11, ETF que investe 65% do seu portfólio em bitcoin e o restante em outras criptomoedas e é o segundo maior entre todos os ETFs listados na B3 – além dele, a gestora também tem um ETF e fundos de bitcoin, o que aumenta consideravelmente o número de criptomoedas em sua posse.

Os números mostram que o interesse dos investidores pelo mercado cripto segue crescendo, com números bastante significativos inclusive no que se refere aos players institucionais. Isso, claro, também se reflete no preço da criptomoeda, que atualmente é cotada acima de 66 mil dólares, muito perto da sua máxima histórica de 67 mil dólares, que pode ser superada nas próximas horas, segundo especialistas.

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