Rede social BitClout transforma usuários em criptomoedas e gera polêmica ao monetizar influencers
Nova rede social usa criptomoedas para monetizar perfis e causa polêmica ao incluir influencers que nunca se inscreveram na plataforma.
Uma nova rede social que une as funções das plataformas tradicionais e o mundo das criptomoedas está chamando atenção e gerando polêmica por monetizar diretamente o perfil de seus influenciadores.
Diferente dos influencers que ficaram famosos no Instagram e no Tik Tok, por exemplo, e ganharam dinheiro vendendo influência e impacto entre seus seguidores, na rede social BitClout todo usuário torna-se uma criptomoeda única.
A rede funciona como um Twitter, com restrição de caracteres e possibilidades de postar links, vídeos e imagens, com a diferença de que qualquer pessoa pode investir dinheiro comprando ou vendendo as criptomoedas de seu perfil social.
Os usuários podem, por exemplo, investir em suas próprias moedas, apostando que elas vão se valorizar, como uma forma de monetizar sua própria influência.
Uma coluna da Folha nesta segunda-feira assinada por Ronaldo Lemos trata da rede social e classifica a plataforma como “genial e demoníaca”:
“A ideia do Bitclout é ao mesmo tempo demoníaca e genial. O site conjurou o que existe de mais perverso ao transformar cada pessoa em um produto a ser comercializado na hora. É como se todos os usuários que entram no BitClout estivessem fazendo uma oferta pública de si mesmos.”
Influencers e famoso já têm perfis cripto na rede, mesmo sem se inscrever
A rede já tem alguns dos perfis mais famosos de influenciadores, mesmo aqueles que não se inscreveram nas redes sociais. Até o bilionário sul-africano Elon Musk está no site, com cada moeda negociada valendo US$ 55 mil, sem que ele sequer tenha entrado para a BitClout.
Se decidir entrar na rede social, Musk terá nada menos que US$ 5,9 milhões atrelados a sua conta pessoal.
O brasileiro Felipe Neto é outro com um perfil em seu nome, com cada moeda pessoal valendo US$ 177, com valor total do perfil avaliado em US$ 19 mil.
Por ser uma rede baseada também no criptomercado, especula-se se ela vai ajudar na disseminação deste mercado entre o mainstream, educando os usuários para investir em criptomoedas no geral:
“Um efeito possível do BitClout, se a plataforma decolar, vai ser ensinar todos o seus usuários o bê-á-bá sobre criptomoedas. Por exemplo, todo o mundo que entra na plataforma ganha uma “chave-pública”, conceito hoje compreendido por poucas pessoas.”
O jornalista também aposta que o efeito da BitClout pode ser parecido com o do Orkut, rede que foi febre no Brasil nos anos 2.000. Na época, o Orkut funcionou como porta de entrada de milhões de usuários para a internet e para as redes sociais, influenciando inclusive as redes que vieram depois.
Há outras plataformas de monetização de conteúdo na internet, como o OnlyFans, mas este seria o primeiro caso de monetização usando criptomoedas.
A BitClout também tem uma criptomoeda nativa, através da qual os usuários podem negociar compra e venda das moedas dos perfis individuais. Um token BitClout é avaliado nesta segunda a US$ 177. Segundo o perfil da moeda no CoinMarketCap, a BitClout tem uma blockchain própria, com volume total de negociação nas últimas 24 horas de US$ 4,1 milhões.
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