Binance contraria sanções e continua operando no Irã, diz site; exchange responde

Usuários do Irã continuaram utilizando suas contas na Binance mesmo após o país sofrer sanções econômicas, segundo a Reuters.

De acordo com uma investigação feita pelo site de notícias, a exchange teria feito vista grossa e permitido que usuários iranianos continuassem utilizando a sua plataforma para adquirir e negociar criptomoedas após as sanções que os Estados Unidos havia imposto ao país em 2018.

Na época, a Binance fez questão de enfatizar que todas as contas de cidadãos do país do Oriente Médio haviam sido encerradas. Porém, pelo menos sete traders locais afirmam que continuaram utilizando os serviços da empresa até setembro de 2021, quando regras mais rígidas de combate a lavagem de dinheiro (AML) e conheça o seu cliente (KYC) foram aplicadas.

Um desses usuários iranianos é Asal Alizade, que comenta que a Binance não exigia a verificação de identidade de seus clientes, o que facilitava o uso de sua plataforma no país. Outro trader, que preferiu se manter anônimo, destaca que recorreu a exchange pelo fato das “criptomoedas serem uma boa maneira de contornar as sanções e ganhar um bom dinheiro”.

A reportagem ainda destaca que funcionários de alto escalação da exchange estavam cientes de que traders do Irã continuavam acessando e usando os seus serviços após as sanções impostas ao país.

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Binance e CZ respondem

Por meio de uma postagem em blog, a Binance se posicionou sobre a reportagem da Reuters, enfatizando que estar de acordo com as principais regulamentações cripto ao redor do mundo “tem sido nosso objetivo primordial nos últimos 18 meses”. A empresa observa que seu programa de sanções é “totalmente alinhado com todas as sanções financeiras internacionais, incluindo o bloqueio de acesso à plataforma para usuários no Irã, Coreia do Norte, entre muitos outros”.

O comunicado ainda enfatiza que graças ao aprimoramento do seu programa de compliance/KYC, a Binance se tornou a única empresa da indústria cripto a ter aprovações e registros em países do G-7: França e Itália.

Já o CEO da exchange, Changpeng Zhao (CZ), usou seu Twitter para dizer que: “A Binance não é uma empresa dos EUA, nem estamos sediados lá, mas por respeito à lei dos EUA e ao papel da América na economia global, bloqueamos todo o acesso à nossa plataforma para qualquer pessoa baseada no Irã, pois implementamos ferramentas de detecção complexas mais avançadas que nos permitiram reprimir ainda mais os usuários em regiões sancionadas que tinham acesso a ferramentas de mascaramento sofisticadas.”

O empresário ainda questionou a forma como o site de notícias divulgou a matéria:

“Notícias falsas ou reais? Reuters VS YCombinator.

Manchete: “Binance atendeu traders de criptomoedas no Irã apesar das sanções dos EUA” Conteúdo: “Binance baniu usuários iranianos após sanções, 7 foram esquecidos/encontraram uma solução alternativa, eles foram banidos mais tarde de qualquer maneira”

Resta aguardar para ver se as autoridades dos EUA, que já estão investigando a Binance por outras questões, irão se manifestar ou tomar ações contra a exchange após a repercussão dessa reportagem. Vale destacar que por meio de sua subsidiária, a Binance.US, a empresa pretende expandir sua atuação no país, havendo rumores inclusive de que um IPO poderia ser realizado.

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