Bill Miller revela quanto ele está acumulando de Bitcoin e o que vai fazer a criptomoeda sobreviver às ‘garras do Fed’

Bilionário olhou as cercanias e disse que, com tantos bombardeios, o BTC se saiu bem e vai ressurgir das cinzas quando a instituição financeira dos EUA maneirar nos juros.

Focar os olhos no desempenho do Bitcoin (BTC) em 2022 sem olhar os fatores macroeconômicos e geopolíticos que impactaram as criptomoedas esse ano e que devem continuar em 2023 pode representar uma avaliação simplista e até ingênua sobre o desempenho passado e principalmente futuro da criptomoeda. Pelo menos, é isso que se pode concluir a partir das declarações do bilionário Bill Miller em uma publicação da última quinta-feira (22) da revista Barron’s. 

Para o fundador e diretor da empresa de investimentos Miller Value Partners, o preço do Bitcoin, que era negociado em torno de US$ 16,8 mil na tarde desta sexta-feira (23), pode ser considerado surpreendente em razão dos episódios recentes envolvendo o colapso da exchange de criptomoedas FTX. Isso porque o magnata afirmou que esperava algo pior ao dizer que:

“Estou surpreso que o Bitcoin não esteja pela metade de seu preço atual, dada a implosão da FTX. As pessoas fugiram do espaço [cripto], então o fato de ainda estar lá por US$ 17 mil é bastante notável. Mas a inflação está sendo atacada e as taxas reais estão subindo rapidamente. Eu esperaria que, se e quando o Federal Reserve [Fed] começar a girar [para uma política monetária mais fácil], o Bitcoin se sairá muito bem.” 

O ex-executivo do fundo de investimentos Legg Mason Capital Management fez questão de comparar o desempenho do BTC, na ocasião precificado em US$ 17,4 mil, e do mercado tradicional ao longo dos últimos dois anos ao argumentar que:

“Na baixa do mercado em 2020, o Bitcoin era de US$ 5,8 mil. O Bitcoin agora vale US$ 17,4 mil. Desde então, o mercado subiu cerca de 70% e o Bitcoin subiu 190%. Se alguém tiver um horizonte de tempo superior a um ano, você deve se sair muito bem no Bitcoin. Eu não chamaria isso de investimento, eu chamaria isso de especulação, mas eu diria que é uma boa especulação.” 

Para o investidor, e entusiasta de carteirinha do Bitcoin, a criptomoeda já demonstrou resiliência diante do que parece ter sido um bombardeio, externo e interno, nos últimos meses. Tanto que o magnata abriu o jogo em relação ao seu bilionário portfólio ao declarar que:

“Primeiro, quero diferenciar entre o Bitcoin, que vejo como uma reserva potencial de valor como o ouro digital, e todas as outras criptomoedas, que podem ser agrupadas na categoria de especulação de risco. A maioria delas, como a maioria dos investimentos de risco, falhará. Mas nunca ouvi um bom argumento de que você não deveria colocar pelo menos 1% de seu patrimônio líquido em Bitcoin. Qualquer um pode se dar ao luxo de perder 1%.”

O lendário investidor ainda deixou escapar que comprou a queda das ações da exchange de criptomoedas coinbase (COIN), que atingiram a mínima histórica na última semana, além de papéis da Amazon (AMZN) e da Silvergate Capital (SI), listadas na Nasdaq. 

“Eu geralmente prospero na passividade. Não gosto de vender nada, a menos que seja forçado a fazer chamadas de margem”, completou. 

Na última semana, o professor da Universidade Nova York e apresentador da CNN Scott Gallloway lembrou que as ações das gigantes tecnológicas listadas na Nasdaq chegaram a derreter até 89% em 2022 e acumularam perdas que equivalem ao Produto Interno Bruto (PIB) da Índia, ocasião em que o autor de um livro que aborta as big techs que ditam os caminhos da Web2 apontou seus erros e acertos esse ano, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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