Além da fuga das exchanges: 5,2 bilhões de pessoas usarão carteiras digitais em 2026, aponta pesquisa

Apesar de a quebra da FTX ter impulsionado a autocustódia de criptomoedas, a Web3 deverá favorecer o mercado de Apps que integram diversas formas de pagamento digital.

Atingidos em cheio pelo crash do mercado de criptomoedas a partir da crise de liquidez da exchange FTX, os saques das plataformas atingiram máximas históricas nos últimos dias à medida que os investidores de Bitcoin (BTC) optavam pela autocustódia. Não por acaso as criptomoedas de uma DEX e uma wallet dispararam até 45% no último domingo (13) e 55% nesta segunda-feira (14) em meio à ‘previsão do fim do mundo” para o Bitcoin.

Mas, a busca dos investidores por pleno controle de suas criptomoedas, e moedas digitais, parece ser uma via de mão única com o desenvolvimento da Web3, a internet descentralizada, nos próximos anos. Foi o que revelou um estudo recente divulgado pela empresa de consultoria Juniper Research.

De acordo com o documento, mais de 5,2 bilhões de pessoas em todo o mundo usarão carteira digital até 2026, número 53% maior do que os 3,4 bilhões registrados este ano. O que representará uma fatia de 60% da população global utilizando carteira digital nos próximos quatro anos, quando a população do planeta deverá se aproximar de 8,6 bilhões de pessoas projetadas para 2030 pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A Juniper Research explicou que a adoção das carteiras digitais será impulsionada pela presença cada vez maior de superaplicativos multifuncionais, capazes de integrar pagamentos digitais e outros serviços, como o gerenciamento de patrimônio e o e-commerce.

No caso do Vietnã, Tailândia e Filipinas, a adoção deverá ser maior nos próximos quatro anos com esses países da Ásia-Pacífico se aproximando de 75% de adoção de carteiras digitais, segundo o relatório. 

“Esses mercados em rápido crescimento representam uma oportunidade significativa para os fornecedores de carteiras digitais, mas eles devem trabalhar de forma inteligente para maximizar sua posição. Um cenário de carteiras altamente competitivo significa que os fornecedores devem se diferenciar integrando o aprendizado de máquina para fornecer insights de gastos e introduzir novos serviços, como gerenciamento de patrimônio, para agregar valor”, explicou a coautora da pesquisa Damla Sat.

O que se desenha como finanças descentralizadas (DeFi) globais, com as pessoas tendo pleno domínio sobre seus patrimônios digitais, deverá aparecer em maior grau de popularização por meio da adoção de pagamentos via código QR (QR code), o que poderá chegar a 380 bilhões de transações globais em 2026, montante equivalente a 40% do volume de liquidações previstas para os próximos quatro anos, segundo o levantamento.

A pesquisa também apontou que, à medida que mercados como China e Índia atingem o ápice de adoção, os fornecedores devem inovar para permanecerem competitivos, razão pela qual o levantamento indicou a necessidade de os fornecedores de QR code integrarem recursos de fidelidade e marketing personalizado para incentivar a aceitação dos comerciantes. 

De olho no futuro, a fintech brasileira PurpleCats lançou um App que une banco digital, exchange e carteira de criptomoedas. Já a ClouldWalk, fintech brasileira especializada em soluções de pagamento, ampliou recentemente o avanço da empresa na Web3 por meio de uma stablecoin própria, o que aconteceu após uma autorização do Banco Central, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil

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