Basf e Grupo Solví lançam token lastreado na tonelada de resíduo sólido reciclável
Tokens ‘reciChain’ funcionarão de maneira semelhante aos tokens de crédito de carbono e serão negociados junto a empresas na validação de resultados da logística reversa.
O braço brasileiro da gigante química alemã Basf, em parceria com o Grupo Solví, um conglomerado de engenharia e soluções ambientais, lançou recentemente os primeiros tokens “reciChain”, criptoativo atrelado à tonelada de resíduo sólido reciclável com objetivo de usar a tecnologia blockchain para ampliar o investimento em infraestrutura voltada à reciclagem em sistemas de logística reversa.
Os tokens funcionam de maneira análoga aos tokens de crédito de carbono, com a diferença de uso do dinheiro arrecadado das empresas participantes da plataforma com a venda dos criptoativos, que, neste caso, deve ser empregado em “novos investimentos em infraestrutura adicionam valor a cadeia de reciclagem com seus cobenefícios, sobretudo ao gerar impacto social positivo com geração de empregos e inclusão.”
Na prática, as empresas que tenham metas relacionadas à recuperação de resíduos pós-consumo podem adquirir estes criptoativos, já que os tokens dão acesso a evidências verificadas, auditadas, que servem para o atendimento dos requisitos legais e, ao mesmo tempo, financiam projetos de infraestrutura e adicionalidade, impulsionando a economia circular e acelerando a reintrodução de plásticos e outros recicláveis em novos produtos.
Segundo a Basf, a oferta dos primeiros tokens está vinculada à operação da futura Unidade de Triagem de Resíduo Sólido Urbano (RSU) de Caieiras, em São Paulo. A infraestrutura, que integra o programa estruturante do Solí, após licenciada, permitirá recuperar uma fração de materiais recicláveis contida nos resíduos domiciliares, que, originalmente, seriam destinados a aterros sanitários, e gerar o equivalente em tokens de logística reversa.
“Nosso objetivo é dar uma solução para empresas e brand owners no atendimento aos seus compromissos de logística reversa, além de criar impacto positivo ESG e ampliar as taxas de reciclagem em âmbito nacional. Para isso, o investimento na unidade multitecnológica de Caieiras faz parte do programa estruturante da Solví que tem a ambição de implantar cerca de uma dezena de plantas de triagem voltadas à recuperação de resíduo pós-consumo”, explicou o CEO do Grupo Solví, Celso Pedroso.
O Presidente da BASF para a América do Sul, Manfredo Rübens, qualificou a iniciativa como “uma forma inovadora de usar a digitalização para promover a economia circular na cadeia de diversos materiais, em especial, o plástico, trazendo valor para o material que antes seria descartado, e, impulsionando o desenvolvimento de novos negócios.”
“Importante ressaltar que a iniciativa foi desenhada para gerar impacto social positivo, emprego, inclusão e renda”, completou.
Ao citar os números da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), relativos à geração anual de 80 milhões de toneladas de lixo, somando os resíduos domiciliares e de limpeza urbana, com a contrapartida de menos de 4% de reciclagem desse montante, a Basf acrescentou que os objetivos do reciChain também contemplam a conexão dos diversos atores na cadeia de valor da reciclagem, aceleração de investimentos em infraestrutura, especialmente aqueles com impacto social positivo, transparência e aumento das taxas de reciclagem no Brasil.
Em março deste ano, a exchange brasileira Mercado Bitcoin (MB) anunciou as duas iniciativas vencedoras do projeto “Tokenize sua ideia”, uma delas voltada à reciclagem de lixo eletrônico, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.