Banco Central e Febraban fecham acordo e agências bancárias funcionaram até as 20h para promover ações de educação financeira

Banco Central do Brasil e Febraban assinam acordo buscando trabalhar em conjunto para educação financeira de brasileiros e com isso agências funcionaram até as 20h

​O Banco Central do Brasil e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) assinaram recentemente, em cerimônia em São Paulo, Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a finalidade de desenvolver ações coordenadas de educação financeira voltadas para clientes e usuários de produtos e serviços financeiros, segundo um comunicado de imprensa compartilhado com o Cointelegraph.

Contudo a iniciativa não tem como foco orientar investidores para ‘fugir’ de pirâmides financeiras baseadas em Bitcoin e criptomoedas ou evitar que cidadão do Brasil caiam em possíveis golpes como ocorreu com a Unick Forex que, segundo a Polícia Federal, teria movimentado bilhões de reais.

A iniciativa, segundo o comunicado, terá como foco orientação financeira para que as pessoas não assumam dívidas maiores do que aquelas que podem pagar, entre outros instrumentos para ajudar o cidadão a ter uma vida econômica saudável com aquilo que possui.

Ainda de acordo com o comunicação, a ação ocorre no âmbito da dimensão Educação, um dos quatro pilares da Agenda BC#, programa estratégico de trabalho da autarquia que também envolve iniciativas em blockchain.

“O objetivo é aproveitar a capacidade de comunicação e capilaridade das instituições financeiras e o conhecimento que elas detêm de seus clientes e usuários para promover a ampliação da educação financeira em território nacional”, destaca o comunicado.

O ACT será executado por meio de um plano de trabalho que inclui, inicialmente, a realização de mutirões setoriais de educação financeira; a implementação de uma plataforma para ações de educação financeira; a promoção de um concurso nacional voltado ao desenvolvimento de iniciativas sobre o tema; e o fomento a ações do setor bancário durante a Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF).

As iniciativas serão realizadas pela Febraban e ao BC caberá orientar e acompanhar os trabalhos, que devem estar em linha também com o Comunicado nº 34.201, publicado pela autarquia em setembro deste ano e que estabelece princípios e diretrizes para a promoção de ações de educação financeira por parte das instituições financeiras. 

As ações do ACT começam já nas próximas semanas, com a realização da Semana da Negociação e Orientação Financeira, organizada pela Febraban. Entre os dias 2 e 6 de dezembro deste ano, 261 agências bancárias em todo o país funcionarão em horário ampliado, até as 20h, oferecendo orientação financeira a clientes e a possibilidade de negociar dívidas em atraso. A negociação também poderá ser feita nas demais agências do país, no horário normal de funcionamento.

A plataforma de ações de educação financeira prevê a concessão de incentivos para sua utilização e deve entrar em fase piloto em setembro de 2020, sendo que a versão final está prevista para fevereiro de 2021. O concurso, com edital de lançamento previsto para maio de 2020, visa fomentar soluções inovadoras e de amplo alcance em educação financeira. 

O acordo não envolve a transferência de recursos financeiros entre as instituições e terá vigência de 60 meses. O plano inicial de trabalho, que inclui as entregas mencionadas acima, terá duração de 24 meses.

Como noticiou o Cointelegraph, recentemente o Banco Central do Brasil, por meio de seu presidente, Roberto Campos Neto, reconheceu, pela primeira vez, o potencial do Bitcoin e das criptomoedas durante um evento realizado na embaixada da Itália em São Paulo.

Durante a cerimônia, Campos Neto, destacou que as criptomoedas atendem a uma demanda da ‘nova era digital’ que ‘pede’ pagamentos rápidos, seguros, transparentes e baratos. No entanto, segundo ele, o ‘problema’ do Bitcoin é que ele ainda não ‘dialoga’ com a economia global.

“Se o mundo fosse um país só as criptomoedas seriam uma grande solução (…) É um grande produto e pode gerar grande eficiência, mas o problema é a interoperabilidade com a economia global”, destacou.

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