Banco Central do Brasil anuncia medidas que liberam R$ 1,2 trilhão para a economia

Similar a outros Bancos Centrais pelo mundo, Banco Central do Brasil anuncia medidas que liberam R$ 1,2 trilhão para a economia, medidas tem sido bem recebidas pelo mercado de critpomoedas com o Bitcoin valorizando 8% no dia

O Banco Central do Brasil, anunciou em 23 de março, um conjunto de medidas que aumentará a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em R$ 1,2 trilhão. O objetivo é garantir que as instituições financeiras tenham recursos para atender às demandas do mercado ​e para combater os efeitos do coronavírus na economia.

Anúncios como o do BCB tem sido encarados como positivo pelo mercado de capitais e por investidores no mercado de criptomoedas. Anúncios similares feitos na Europa e nos EUA ajudaram o BTC a recuperar parte de seu valor que chegou a cair mais de 50% com o avanço da crise do Coronavírus pelo mundo.

Segundo o Banco Central do Brasil, as medidas de liberação de capital geram um potencial de expansão de R$ 1,16 trilhão no volume de crédito da economia, “Isso dá segurança ao sistema para que as instituições financeiras mantenham e ampliem seus planos de concessões de crédito”

“Estamos fazendo o maior plano de injeção de liquidez e de capital já feito (…) A situação é confortável. As instituições estão bem provisionadas, com boa liquidez e capital sobrando. É diferente do que aconteceu no passado”, afirmou, em referência à crise financeira mundial de 2007/2008. O arsenal que o BC tem é grande para combater qualquer tipo de crise. O sistema financeiro brasileiro vai funcionar perfeitamente”, afirmou o Presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Oito novas medidas foram apresentadas para garantir liquidez e capital ao sistema financeiro. Entre as medidas, o BC reduziu a obrigatoriedade dos bancos de manter provisionados R$68 bilhões nos chamados depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. A alíquota caiu de 25% para 17%.

Outra medida anunciada foi a possibilidade do  Banco Central de emprestar para as instituições financeiras com lastro em debêntures (títulos privados). É uma Linha Temporária Especial de Liquidez que garante às instituições financeiras mais condições de manter a disponibilidade de recursos (liquidez) nas suas operações. O potencial de liberação no mercado é de R$ 91 bilhões.

Ainda segundo o BC, como muitos fundos de mercado estão com necessidade de converter seus papéis em dinheiro, os maiores bancos poderão recomprar maior volume de suas próprias letras financeiras. Com isso, os fundos passam a ter maior vazão na venda desses papéis, pois os maiores compradores são os próprios bancos emissores. O percentual de recompra permitido passou de 5% para 20%, com potencial adicional de recompra de R$30 bilhões. 

Com as novas medidas os bancos deixam de ser obrigados a deduzir do seu capital os efeitos tributários das operações de overhedge (mecanismo de proteção contra a variação cambial) em investimentos em participações no exterior.

O objetivo é permitir uma folga de capital, uma vez que a desvalorização do câmbio levaria a perdas. A medida dará segurança às instituições financeiras para manterem e ampliarem seus planos de concessão de crédito. Pelas projeções do Banco Central, a medida permitirá ampliar a folga de capital em R$ 46 bilhões, além de permitir a expansão de cerca de R$ 520 bilhões na concessão de crédito.

O BC também vai atuar como doador de recursos por meio de operações compromissadas com títulos públicos federais, por prazo de até um ano. Objetivo é garantir uma liquidez em longo prazo, que irá se contrapor à demanda por liquidez de curtíssimo-prazo por parte de famílias e empresas. A medida vai fazer com que a precificação da curva de juros e a precificação da liquidez nos prazos um pouco mais longos tenham maior grau de eficiência.

Além disso, o spread do nivelamento de liquidez funciona como uma taxa punitivas que as instituições financeiras pagam ao final do dia para equacionar eventuais desequilíbrios momentâneos de liquidez. Com a redução, haverá mitigação do impacto do risco operacional causado pelos efeitos do coronavírus na economia.

Assim como o Banco Central do Brasil, nos EUA, foi anunciado um pacote de resgate econômico com potencial de injetar US$ 2 trilhões na economia. A notícia impactou fortemente o mercado de criptomoedas e, no momento da escrita, o Bitcoin registra mais de 7% de valorização sendo cotado a US$ 6.577, rompendo uma importante resistência que estava fixada em US$ 6.400.

Com a recente alta, o Bitcoin recuperou cerca de 30% de seu valor em relação ao mesmo período da semana passada, além disso com os ganhos de hoje, o BTC reduziu sua desvalorização acumulada no ano para menos de 7%.

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