Premiado no hackaton do EthereumSP, CryptoTap integra DeFi a fundo de previdência privada

Premiada anteriormente em hackatons do Ethereum.Rio e do ETHAmsterdam, Sabrina Olivo conta como o CryptoTap vem sendo desenvolvido e diz estar de olho em um mercado que apenas no Brasil é estimado em 37 milhões de pequenos e médios empreendedores.

Premiada em três hackathons da Ethereum (ETH) em menos de um ano atuando como empreendedora no espaço de DeFi (finanças descentralizadas) e Web3, Sabrina Olivo tem como principal objetivo criar projetos de impacto social alavancados pelo potencial de inovação das criptomoedas e da tecnologia blockchain.

Nascida em Parada de Taipas, uma comunidade na zona norte de São Paulo, Sabrina abriu sua primeira empresa aos 15 anos e desde então se formou em administração de empresas pela Fecap e trabalhou em fintechs, incubadoras de startups e em diversas áreas do mercado financeiro até se deparar com o universo das finanças descentralizadas há mais ou menos um ano.

A convergência de inovação tecnológica e instrumentos financeiros disruptivos que encontrou no espaço cripto despertou novamente a veia empreendedora da jovem paulistana, contou Sabrina em uma entrevista ao Cointelegraph Brasil:

“Eu não sou dev, eu tenho uma visão mais holística dos negócios. Na época, eu já tinha a intenção de voltar a empreender e vi aí uma oportunidade para me tornar cofundadora de um projeto DeFi, montar uma equipe com gente boa. A partir do final do ano passado, comecei a estudar a fundo tudo relacionado a DeFi e criptomoedas. E em março deste ano, eu tive a oportunidade de estar pela primeira vez em um hackathon da Ethereum, no Ethereum Rio. E foi onde eu comecei oficialmente a me envolver com o ambiente da Web3.”

Além do aspecto disruptivo da tecnologia subjacente às criptomoedas e à tecnologia blockchain, as novas formas de contrato social – mais inclusivas e democráticas – e de organização do trabalho instituídas naturalmente pela Web3 despertaram o interesse a atenção da jovem:

“”Eu acho que cada vez mais as pessoas vão perceber que na Web3 existem diversos benefícios, como trabalhar remotamente, on-line. E tem também uma questão que pode ser boa ou ruim, dependendo do ponto de vista, que é o anonimato. Independentemente do seu gênero, da sua cor e do que você fez e do que você pensa, isso tem um aspecto muito inclusivo, que vale tanto para o Brasil quanto lá fora. Isso permite que você crie uma comunidade muito mais homogênea, muito mais inclusiva e internacional.”

Juntando a pegada social que faz parte de sua história com os recursos da Web3, Sabrina idealizou um projeto para criar um fundo de reserva para que moradores de comunidades carentes pudessem poupar recursos de forma mais eficiente e lucrativa, utilizando instrumentos DeFi.

Com um time montado na véspera do evento, que aconteceu em março, no Rio de Janeiro, Sabrina liderou a construção do Das Marias em três dias de trabalho ininterrupto. Enquanto perdia o sono, ela e sua equipe ganharam experiência e acabaram recompensados como um dos projetos vencedores do primeiro grande evento oficial da comunidade Ethereum no Brasil.

O reconhecimento contribuiu para que ela ganhasse uma bolsa para participar do ETHAmsterdam. Um mês depois, Sabrina embarcou para a Holanda com o objetivo de aprimorar o projeto e estabelecer conexões com integrantes da comunidade internacional da Ethereum.

Em uma semana, teve a oportunidade de fazer uma imersão DeFi com algumas das mentes mais brilhantes da indústria e mais uma vez ser premiada em um hackathon. Na volta, Sabrina decidiu que era chegada a hora de montar uma equipe para levar adiante o seu projeto de forma estruturada:

“Eu decidi montar um time, porque não se constrói nada sozinha. Então, eu procurei as pessoas que eu precisava para montar uma empresa e começar a empreender nesse mercado de Web3. Ali eu já tinha um pouco mais de noção do mercado, conhecia mais pessoas, tinha uma ideia mais clara do tipo de produto que eu queria criar, inclusive pensando em levantar investimentos para para financiar o desenvolvimento do projeto.”

EthereumSP

Foi no EthereumSP que o CryptoTap tomou forma definitiva. Durante o evento, Sabrina e sua equipe decidiram alterar a proposta original do Das Marias para ampliar o escopo do projeto original, visando atingir um público mais amplo, de forma mais efetiva, diz a empreendedora:

“No Ethereum SP, a gente resolveu que a ideia não deveria ser criar somente uma reserva de emergência para as pessoas. A gente viu que o projeto poderia ter um alcance muito maior se a gente focasse em profissionais autônomos, pequenos e médios empreendedores, que hoje, no Brasil, são 37 milhões de pessoas. Então, havia uma oportunidade de negócio muito grande se a gente pudesse começar pegando apenas uma parcela desse contingente.”

O primeiro projeto do CryptoTap é um fundo de investimento de previdência privada que utiliza recursos de finanças descentralizadas para alavancar os rendimentos dos usuários através de estratégias de investimento baseadas em stablecoins.

Sabrina explica que o objetivo de sua equipe foi criar uma interface amigável ao usuário comum, para que qualquer pessoa possa ter acesso ao produto. “O layout é muito similar ao de um aplicativo de um banco digital nos moldes da Web 2.0, mas o back-end desse app, a infraestrutura técnica dele, é toda ela baseada nas inovações tecnológicas da Web3. Então, tudo vai estar criptografado e registrado na blockchain”, diz Sabrina.

A ideia é que o aplicativo possa ser acessado e utilizado por qualquer pessoa, mesmo aquelas que não fazem ideia do que são chaves privadas, taxas de gás ou carteiras não custodiais.

Vencedor do Prêmio Cryptum no EthereumSP um dia antes de Sabrina completar 26 anos, o projeto da CryptoTap está pronto para avançar para uma nova etapa de desenvolvimento, com foco no desenvolvimento do produto e na captação de investidores.

Ganhamos o Hackathon do @Ethereum_Brasil!!

Eu estou tão feliz!! Obrigado pessoal, vocês são rock!

— Sabrina Sullman Olivo (@OlivoSullman)

Empreendendo em pleno inverno cripto

O desafio de fundar uma empresa e construir um projeto em meio a um rigoroso inverno cripto não intimidam a jovem empreendedora. Sabrina entende que este é um ótimo momento para se consolidar em um mercado cada vez mais competitivo:

“Pensando positivamente, eu acho que esse é um momento muito bom para basicamente construir e criar. No momento de captar investidores, você tem que mostrar que o seu produto realmente tem condições de gerar receita, que seu produto vai ser forte. Quem sobreviver neste momento, provavelmente no próximo bull market vai ter grandes chances de estourar. Porque se você mostrou resiliência e conseguiu construir no pior momento, então você vai estar pronto para surfar o melhor momento quando ele chegar.”

Inegavelmente, os recursos estão mais escassos, mas mesmo esse obstáculo é visto sob uma perspectiva otimista por Sabrina:

“Os fundos de venture capital estão olhando para o mercado com cautela, mas continuam investindo. A diferença é que antes o dinheiro estava um pouco menos difícil do que está agora, mas continua tendo dinheiro no mercado, só que agora com um nível de exigência maior. Isso, no fundo, é positivo, porque levanta a régua do mercado.”

A entrevista completa pode ser conferida no canal do Cointelegraph Brasil no Youtube ou através do player abaixo.

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