Agosto exibe menor volume de negociações com criptomoedas em 2023

Com US$ 479,79 bilhões negociados no acumulado mensal, o mês teve o fluxo mais fraco não apenas de 2023, mas também dos últimos 12 meses

Em agosto, as negociações de criptomoedas somaram US$ 479,79 bilhões, nível mais baixo registrado em 2023 e nos últimos doze meses. Nem mesmo os volumes das exchanges descentralizadas, que estavam mais resistentes às quedas até junho deste ano, conseguiram resistir à escassez de liquidez no mercado de criptomoedas. Felipe Escudero, analista de criptoativos, avalia que um cenário preocupante se formou em 2023.

Pior mês de 2023

Dados do The Block apontam que as exchanges centralizadas (CEX) movimentaram US$ 422,95 bilhões no mês passado, sendo este o nível mais baixo registrado não apenas em 2023, como nos últimos doze meses. Em comparação ao pico de volumes negociados deste ano, registrado em março, a queda é de 56%.

Nas exchanges descentralizadas (DEX), agosto também foi marcado pelo menor nível negociado em 2023, totalizando US$ 56,84 bilhões. Nos últimos doze meses, apenas as movimentações feitas em DEX durante dezembro de 2022 foram menores, somando US$ 51 bilhões.

Além disso, os volumes das DEX têm encolhido em relação às CEX desde maio. A “Proporção DEX para CEX” foi 13,43%, o terceiro menor percentual em 2023, e o menor desde maio. Essa métrica é utilizada para calcular quanto do que foi movimentado em moedas digitais nas plataformas descentralizadas representa do total negociado nas exchanges centralizadas.

Volume de CEX e DEX em 2023

Movimento preocupa

Felipe Escudero, analista de criptoativos do canal BitNada, afirma que a queda nos volumes teve início com o colapso da FTX, ocorrido em novembro de 2022. Desde então, os níveis mais baixos de negociação dos últimos três anos nos mercados futuros e à vista foram registrados.

A queda nas negociações, somada ao crescimento no preço dos criptoativos em 2023, preocupa Escudero. “Isso me mostra que, mesmo com o mercado subindo em 2023, o interesse ainda é baixo, conforme sugerem os volumes. E esta divergência entre a alta do mercado no acumulado anual e a queda no volume mês após mês me preocupa. O mercado está subindo este ano, mas sem força”, conclui.

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