Tokenização de ativos reduz dependência ao Bitcoin e democratiza investimentos, diz analista

Fabricio Tota explicou que tokens atrelados a produtos reais derrubam argumentos da falta de lastro dos criptoativos.

A criação de um lastro com produtos físicos, sujeitos a serem transformados em ativos fracionados digitais. O que um dia representou uma possibilidade absurda no mundo dos investimentos, atualmente se desenha com um caminho sem volta para a democratização do setor: a tokenização. Foi o que o diretor da exchange de criptomoedas brasileira Mercado Bitcoin (MB), Fabricio Tota,  defendeu em um artigo publicado na coluna E-Investidor, no Jornal O Estado de São Paulo. Para ele, a tokenização de ativos deve diminuir a dependência do mercado de criptomoedas em relação ao Bitcoin (BTC).

Apesar de parecer nome de remédio, ou mesmo de um criptoativo, Viatina-19 traduz o que se apresenta como uma revolução no mercado de investimentos.  Viatina-19 é o nome de uma vaca nelore de três anos de idade que foi “meio vendida” por R$ 3,9 milhões no início de maio, durante a Expozebu, em Uberaba (MG). 

A compra da “meia vaca”, que à primeira vista pode parecer uma ideia excêntrica para quem olha de fora, deve se reverter em grande oportunidade para o comprador, algo que só foi possível a partir da tokenização de  Viatina-19, a jovem vaca de genética nobre campeã da Expoinel Minas de 2020 a 2022. 

Olhando por este ângulo, a “meia vaca”, cuja outra metade continua nas mãos dos donos originais, possibilita ao investidor tirar proveito das próximas gerações de Viatina-19, como se ela fosse uma empresa e suas crias fossem dividendos, apesar dos riscos que envolvem o investimento, que incluem doenças e até a morte prematura do animal. 

Por outro lado, a vaca é apenas um exemplo de uma ampla gama de possibilidades de tonekização, elencadas por Tota. O que inclui obras de arte, direitos federativos de jogadores, imóveis, hotéis, empresas e até campanhas beneficentes. Muitos destes exemplos já são realidade, como a tokenização pelo Mecanismo de Solidariedade da Federação Internacional de Futebol (FIFA), por exemplo.

O que ainda envolve aspectos éticos, lembrados por Fabricio Tota, que não levariam vegetarianos ou veganos a comprarem o token de uma vaca e sim o de uma empresa especializada em produtos veganos. 

Segundo ele, a tokenização, no caso de criptoativos atrelados a produtos reais, pode ajudar a jogar por terra os argumentos da falta de lastro das criptos, uma vez que, de um lado existe um produto digitalmente rastreável e, de outro lado um ativo real. 

O que se soma aos produtos digitais, como os produtos das plataformas de metaverso, por exemplo, além do lastro em recompensas, como o caso do aplicativo Stepn, atrelado e movimentos físicos dos usuários. 

Este conjunto de possibilidades da tokenização, segundo Tota, proporciona menos dependência às criptomoedas, sobretudo o Bitcoin, na avaliação de Fabricio Tota.

Só aqui no MB já tokenizamos mais de R$ 200 milhões em ativos. Ainda é pequeno dado o tamanho potencial desse mercado. Mas sem dúvida alguma será algo que transformará o mercado de investimentos em muito pouco tempo, concluiu. 

Para Daniel Coquieri,  CEO da Liqi Digital Assets, empresa de tokenização de ativos, a tokenização e a blockchain já estão virando realidade entre Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), o que representa uma transformação no mercado financeiro, segundo artigo publicado no Cointelegraph Brasil.

 

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