Inteligência artificial deve ser mais acessível na América Latina, diz CEO da Gupshup
Modelo de assinaturas empresariais ainda apresenta custos elevados para startups de regiões emergentes, avalia Beerud Sheth
Os avanços com inteligência artificial (IA) têm muito a oferecer às empresas, principalmente às startups, avalia Beerud Sheth, CEO da plataforma de comércio conversacional Gupshup. Sheth ressalta, no entanto, que os custos para startups em regiões emergentes, como a América Latina, ainda são muito altos.
Limitação de acesso
Até abril deste ano, os países da América Latina representavam 10% de todo o tráfego do ChatGPT, segundo dados coletados pela Bloomberg Línea. O Brasil, sozinho, representava 2,2% do tráfego. Trata-se, portanto, de uma região que tem exposição aos recursos de IA através dos modelos conversacionais.
Sheth aponta que grande parte desse uso vem das startups latino-americanas, que passaram a implementar IA em partes fundamentais de seus processos. A adoção por startups não é maior na região, porém, devido aos custos elevados.
“Acreditamos que a IA deve ser acessível. O atual modelo de assinatura não funciona para startups em regiões como a América Latina, onde temos muitas grandes empresas que buscam a IA para aumentar a produtividade como uma forma de atrair investidores. Ou seja, os custos devem estar de acordo com a realidade dessas companhias”, avalia Sheth.
Além do pagamento de uma assinatura mensal, os planos empresariais do ChatGPT cobram uma taxa de R$ 0,15 a cada 750 palavras, afirma o CEO da Gupshup. Embora pareça um valor baixo, ele destaca que a taxa é suficientemente alta para sobrecarregar uma startup com ambições de escalar seus negócios utilizando IA.
Esse cenário deixa as startups de regiões emergentes temerosas quanto à viabilidade do uso contínuo de IA em processos B2B, impedindo que empresas menores façam uso dessa tecnologia.
Uma alternativa encontrada por startups com caixas maiores é o desenvolvimento de ferramentas internas, afirma Sheth. Esse processo, entretanto, é “extremamente caro”, diz o executivo da Gupshup citando falas de Nvidia e Microsoft.
As dores geradas por estes custos elevados, contudo, têm sido exploradas por empresas que buscam oferecer ferramentas conversacionais de IA a um preço acessível, e Sheth cita a Gupshup como exemplo.
“Obviamente ainda é necessário gastar uma quantia considerável para configurar o hardware. Mas se alguma empresa tiver escala e muitos clientes, o custo vai diminuir. Por exemplo, antes um chip era muito caro, mas com o ganho de escala, o custo tornou-se acessível”, conclui.
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